Captação do dióxido de carbono pela Caatinga, em regiões semiáridas do nordeste do Brasil

Autores

  • Célia Campos Braga Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais
  • Karlla Karem Silva de Lima Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais
  • Madson Tavares Silva Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais
  • Antônia Silânia de Andrade Instituto Nacional do Semiárido - INSA, Núcleo de Desertificação

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-7723_32-extra1_18

Palavras-chave:

Produtividade primária bruta, dióxido de carbono, sensoriamento remoto

Resumo

A vegetação é uma das grandes responsáveis pela absorção do dióxido de carbono (CO2) do planeta, o qual é utilizado no processo de fotossíntese. Uma das variáveis utilizadas para quantificar o CO2 que um ecossistema absorve é a Produtividade Primaria Bruta (GPP), estimada através de sensoriamento remoto e/ou por meio de dados medidos em torres micrometeorológicas. Neste estudo, quantificou-se e analisou-se a captura de CO2 absorvido pela vegetação caatinga, para duas microrregiões do semiárido paraibano-Brasil (Campina Grande, A1 e Sumé, A2), utilizando dados remotos do sensor MODIS/Terra e de torre micrometeológica, no período de 2013 a 2017. A GPP foi estimada pelo método de Monteith (1972) e produto MOD17A2H, assim como obtida pelo método da correlação de vórtices turbulentos com medições na torre micrometeorológica instalada na área A1 de Caatinga preservada. Os resultados encontrados mostraram que a relação entre GPPec (produtividade primária bruta medida pelo método de Eddy covariance) e GPPest (produtividade primária bruta) apresentaram r=0,79 e entre GPPec e GPPMod (produtividade primária bruta estimada pelo produto MOD17A2H) r=0,66 para o α=0,05 respectivamente. Ressalta-se ainda, que o parâmetro que mais influenciou na GPP foi a precipitação, pois em condições climáticas desfavoráveis, a caatinga capta baixas quantidades de CO2, ou seja, fornecendo mais CO2 para a atmosfera, indicando a importância de sua conservação.

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Publicado

2025-12-17