As chuvas de verão sob a influência do fenômeno el Niño, entre 2005 e 2018, e o risco de inundações no município de São Gonçalo-RJ (Brasil)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-7723_28-2_3

Palavras-chave:

Acumulado pluviométrico, precipitação, inundações, Sudeste, Variáveis naturais e sociais

Resumo

Os casos de inundação costumam ser mais frequentes no verão na região Sudeste do Brasil, podendo ser influenciados por sistemas ou fenômenos atmosféricos que agravam os eventos. O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de inundações com as chuvas de verão, sob a influência dos períodos com e sem El Niño, no município de São Gonçalo, localizado na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Para isso foram analisados os dados de chuva da Estação Climatológica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro entre 2005 e 2018. As análises consistiram em verificar a quantidade de eventos de chuva correspondentes às intensidades leve, moderada e forte, bem como o acumulado de chuva nos verões de cada ano, dentre os quais houve intervalos em que ocorreu o fenômeno El Niño. Os resultados contemplaram uma relação entre os registros da quantidade de inundações com os eventos de chuvas fortes (11,6%), observando que há uma suscetibilidade a inundações, pois foram registradas 82,8% de ocorrências no município somente nos anos com El Niño e 16,9% casos em anos sem El Niño.

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Biografias Autor

Vanessa Cristina Matos Pereira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Mestranda em Geotecnia pela PUC-Rio. Possui graduação em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM - 2018). Está cursando pós-graduação em Engenharia Estrutural no Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM). Possui curso técnico em Meteorologia pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ - 2011). Realizou trabalhos recentes com pesquisas hidroerosivas e de movimentos de massa, concomitantemente com sua função de técnica do Laboratório de Geociências (LabGeo) no campus da Faculdade de Formação de Professores (UERJ/FFP).

Ana Valéria Freire Allemão Bertolino, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Procientista. É docente do curso de graduação e Pós-graduação em Geografia e tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: erosão, hidrologia e fogo.

Maria Luíza Félix Marques Kede, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2001) e mestrado em Ciências da Saúde Pública, na subárea Toxicologia Ocupacional/ Ambiental pela Fundação Oswaldo Cruz (2006) e doutorado no Curso de Meio Ambiente na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2014). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas: remediação e fitorremediação, fosfatos, imobilização de metais tóxicos: chumbo e cádmio. Atualmente é professora adjunta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro atuando nos tópicos de Climatologia Geográfica e Geografia da Saúde.

Enzo Merlim Delazeri, Custom Maps Brasil

Graduado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Analista SIG com Qgis, Palestrante, com vasta experiência em Proteção e Defesa Civil. Exerceu a função de Superintendente do CPGRD na Defesa Civil do município de São Gonçalo - RJ, e foi membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do município de São Gonçalo. Estagiou na Secretaria Municipal de Defesa Civil de Niterói-RJ.

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Publicado

2021-07-07