Uma leitura geográfica sobre o território, os sujeitos da ação e os paradoxos que se impõem em chapada Gaúcha, Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Juzânia Oliveira da Silva Brandão Universidade de Brasília https://orcid.org/0000-0002-2404-5153
  • Fernando Luiz Araújo Sobrinho Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-7723_32-2_6

Palavras-chave:

Território usado, metadesenvolvimento, ocupação colonial

Resumo

Através da leitura dos usos do território identifica-se forças atuantes e conflitantes na disputa por recursos naturais e poder de atores hegemônicos. Com a intensificação do agrocultivo no Cerrado brasileiro também ativou-se o consumo exacerbado e poluição que, por vezes, consubstanciou-se na precariação de recursos hídricos importantes para todo o território nacional, afetando diretamente populações tradicionais e unidades de conservação. O desafio aqui é expor o antagonismo de interesses entre os utilizadores do território para plantio e venda de commodities e os sujeitos territorializados, os que tem uma relação orgânica com o lugar. Este estudo parte da teoria centrada na perspectiva do Sul Global - Santos, Porto-Gonçalves, Quijano, Mbembe, Mignolo, entre outros – em diálogo via Teoria da Complexidade de Morin – não-Sul Global. A pesquisa, de cunho qualitativo, sustenta-se na pesquisa exploratória, campo realizado em 2022, no município de Chapada Gaúcha e proximidades. Obteve-se informações a partir de diálogos informais com residentes, além de pesquisa em dados secundários, bibliográfica e documental, que apresenta como se estabelecem as disputas, como afeta as populações locais e os impactos ambientais decorrentes do agrocultivo extensivo e avesso à biodiversidade regional. Como resultado, verificou-se que um grupo minoritário de sujeitos exôgenos ao lugar relacionados ao agrocultivo subjugam as diferentes formas de vida dependentes do território. A sobreposição sociocultural conduz ao apagamento da sociobiodiversidade territorial.

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Publicado

2025-09-11