Katabasis e autossalvação na recriação do orfismo no Banquete de Platão
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-7260_62_2Palavras-chave:
Orfismo, Platão, Recriação do Orfismo, Katabasis, AutossalvaçãoResumo
A temática de salvação da alma no Hades é bastante recorrente na tradição órfica. Platão recria esta imagem órfica, no Banquete, com o intuito de alterar a ideia órfica de salvação/resgate de uma alma (que é dada por uma divindade, nomeadamente Orfeu) em uma imagem que reforça sua teoria da responsabilidade psíquica, com a ideia de que cada psyche só pode salvar-se a si própria. Para tanto, a famosa descida de Orfeu para resgatar sua amada Eurídice da morte no Hades é alterada por Platão por uma imagem de completo fracasso: os deuses do Hades oferecem a Orfeu apenas o fantasma de Eurídice e não sua psyche, como quem paga ilusão com decepção. Ao tentar enganar as instâncias divinas com meros encantamentos superficiais, Orfeu recebe dos deuses o maior dos enganos: uma imagem fantasmagórica de sua amada. Tentaremos, neste trabalho, demonstrar como essa recriação platônica da katabasis e da salvação órficas sustenta a ideia de que nenhum ente teria o poder de salvar um outro ente da obscuridade, pois cada psyche só é capaz de salvar-se a si própria.
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