Assustadoramente normais

Sobre a banalidade do mal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/0870-4112_3-9_6

Palavras-chave:

Banalidade do mal, Segunda Guerra Mundial, Auschwitz, Hannah Arendt

Resumo

Pensar a Segunda Grande Guerra Mundial implica pensar em dois tipos de guerra. A primeira implica sobretudo a soberania do espaço exterior. No plano da “outra” guerra as necessidades eram outras e bem dentro dos limites do espaço conquistado ou mesmo do espaço alemão que tal guerra se tornaria eficaz. Estas guerras tinham dois objetivos distintos: por um lado, o imperialismo alemão queria o espaço; por outro, o antissemitismo, que pretendia (além da confiscação de bens – e por isso fortuna) a eliminação física de populações específicas (não só os judeus, como ciganos, homossexuais, doentes mentais, idosos terminais, etc.).

O campo de concentração Auschwitz adquiriu uma capacidade simbólica, sendo considerado como o maior exemplo do mal moral, como Lisboa (o terramoto de Lisboa) tinha sido do mal natural. Ao contrário do que muitas vezes queremos admitir Hitler, e todos aqueles que participaram na Shoah eram homens comuns. Tinham as mesmas qualidades e defeitos que nós. E mais do que a inumanidade, o que está ali expresso é uma faceta da humanidade que muitas vezes gostamos de não ver.

Existem imensos exemplos de homens comuns: como Franz Stangl, que participa em tantos assassínios de judeus e as formas de justificação que ele levanta para si mesmo e para os que o rodeiam são também elas banais; ou do autêntico quebra-cabeças do julgamento de Eichmman; ou ainda de Hoess, o construtor de Auschwitz. Eles próprios se tinham nessa pouca conta.

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Publicado

2023-12-20