Nos escombros do Real a Ficção como estratégia evasiva (na própria ficção): memória, imaginação e realidade no romance distópico de Margaret Atwood The Handmaid’s Tale (1985)
DOI:
https://doi.org/10.14195/0870-4112_3-4_3Palavras-chave:
Margaret Atwood, The Handmaid’s Tale, Ficção, Realidade, DistopiaResumo
Analisando o percurso nocturno (nos sete capítulos “Noite”) da protagonista, pretende-se mostrar como nele opera um processo de reconstrução do real próximo da criação ficcional. O processo, com base, a um tempo, na imaginação e memória afectiva da heroína e em fragmentos da realidade factual, proporciona-lhe, até certo momento da narrativa, um mecanismo de defesa e abrigo (nocturno) perante a realidade decadente (diurna), mas acaba por se perverter, também ele, contagiado pela mesma decadência. Partimos, para essa análise, do conceito ricoeuriano de utopia, enquanto deformação compensatória da realidade, e do exemplo clássico de D. Quixote, sem, contudo, orientar a reflexão num estudo de natureza comparativa. Conclui-se com a utilidade do engenho na validação alegórica da narrativa distópica.
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