O CORPO COMO MEMÓRIA DO PÓ DA TERRA - UMA LEITURA A PARTIR DO ORTO DO ESPOSO

Autores

  • Marisa das Neves Henriques CLP / UC

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-844X_2_10

Palavras-chave:

Alma, Corpo, Desprezo do Mundo, Paraíso, Pecado, Sentidos

Resumo

O Orto do Esposo, obra medieval portuguesa, de caráter místico e de teor teológico-filosófico, produzida
por um monge cuja identidade ainda hoje se desconhece, é a obra que propomos trazer à reflexão nas
próximas linhas.
Apesar de não conter uma única iluminura nem de revelar aparentes motivos de interesse artístico, é uma
obra que, à semelhança do Jardim das Delícias de Bosch, aqui evocado a certa altura, encerra uma
imagética do corpo não negligenciável.
Depois de apresentar otimisticamente o espaço edénico colocado à disposição do homem, a narrativa
muda o seu curso e o tom de escrita, enveredando por um pessimismo antropológico estreitamente ligado
à lembrança da desobediência de Adão e Eva às recomendações divinas. Daqui decorre uma visão crua
e impiedosa do corpo, cúmplice do pecado e da mundaneidade, que tentaremos analisar com base em
excertos textuais mais significativos e à luz da sensibilidade cristã.

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Publicado

2015-04-14

Edição

Secção

III - Uma Teologia para o Corpo