CORPO E TEMPO - AS IMAGENS IDEALIZADAS DA ARTE EGÍPCIA

Autores

  • José das Candeias Sales CHUL

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-844X_2_11

Palavras-chave:

Convenções artísticas, Concepções de tempo, Morte, Eternidade

Resumo

O espectro da degenerescência corporal, destino de todos os humanos que alcançam idades mais
avançadas, era algo pesado e terrível para os antigos egípcios. Compreensivelmente, ansiavam pela
anulação desses efeitos e dessas marcas.
A sua preferência quase obsessiva nas pinturas, esculturas e baixos-relevos vai para as figuras da juventude
ou da maturidade de homens e mulheres. Exploradas magicamente, essas figuras, estão, porém, ao serviço
de um outro ciclo da existência: a existência extraterrena. Foram elaboradas e ganham consistência pela
sua profunda ligação com esta dimensão do universo do Além.
Segundo a concepção egípcia, os seres vivos no Além deixam de estar sujeitos ao tempo e às suas
manifestações. Para eles, o tempo não existe. O tempo no Além não está sujeito à mudança inerente à
linearidade, não é mutável, nem é dinâmico: é imóvel, estático e fechado.
Subjacente às “moradas da eternidade” onde essas representações eram incorporadas (mastabas,
hipogeus, templos funerários) há, portanto, uma concepção de temporalidade imóvel ou estacionária que
lhes dá suporte ou justificação.

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Publicado

2015-04-14

Edição

Secção

III - Uma Teologia para o Corpo