Um modelo de fluência friccional apucávelem geotecnia e sismotectónica
DOI:
https://doi.org/10.14195/2184-8394_60_1Resumen
Apresenta-se um quadro das viscosidades dos geomateriais, desde a fase fluída (gases, água e betumes) até à fase sólida (solos e rochas) cuja viscosidade plástica inclui a viscosidade friccional dos materiais particulados e a viscosidade do estado sólido, dos cristais e blocos de rocha. Nesse quadro tais viscosidades são relacionadas com dimensões desde as moleculares até às litosféricas.
Recordam-se sumariamente as leis e constatações experimentais relativas à fricção, bem como alguns modelos propostos para as interpretar.
Propõe-se um modelo de fluência friccional em que o deslizamento entre saliências em contacto é traduzida pela função deduzida por Mindlin (1948) para o delizamento elastoplástico de esferas elásticas em contacto.
Descreve-se um modelo físico, miriápode, para determinação experimental da referida função de fluência e apresentam-se alguns resultados que apontam para uma função do tipo passo-a-passo. ("rate process").
Exemplifica-se a aplicabilidade do modelo em Geotecnia confrontando-o com alguns resultados experimentais sobre fluência de solos e de enrocamentos, disponíveis na bibliografia.
A aplicabilidade em Sismotectónica é também exemplificada em casos de litosfera inclinada e horizontal, considerando, neste último, estados de tensão hidrostática e não hidrostática. Mediante algumas hipóteses, calcula-se também a viscosidade da Litosfera Atlântica ao largo de Portugal.
Apuram-se algumas conclusões e indicam-se pistas para o prosseguimento de investigações.