O uso da partícula modal com o modo conjuntivo nas orações principais da odisseia
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-1718_81_1Palavras-chave:
partícula modal, orações principais, Odisseia, modo conjuntivoResumo
Neste artigo, analisa-se o uso da partícula modal (PM) com o modo conjuntivo em algumas orações principais da Odisseia. O interesse pelo estudo desta característica radica no facto de tal uso linguístico ser desconhecido no grego ático e de ser extremamente raro no grego jónico. Começo por explicar como foi constituído o corpus em análise, aventando que as formas descritas nas gramáticas de grego clássico como estando no futuro do indicativo derivam ou do modo desiderativo indo-europeu, a que chamaremos “futuro-desiderativos”, ou são metricamente equivalentes ao conjuntivo do aoristo sigmático. E, como na maior parte dos casos, a distinção entre o desiderativo e o conjuntivo do aoristo sigmático não se pode realizar, estas formas são designadas como “futuro-conjuntivas”. Num segundo ponto, discuto alguns dos problemas textuais que podem surgir na determinação ou não da atestação do uso da PM. Num terceiro, proponho uma hipótese de trabalho, sublinhando que a PM se refere a uma só ação específica ligada à compreensão e à expressão oral, apenas usada na modalidade epistémica (como na estrutura proposta por Allan em 2013). No quarto ponto, procedo à análise propriamente dita, com base nos argumentos e exemplos dados. Não creio que haja “futuro-desiderativos’ com PM na Odisseia e também parece haver um número muito limitado de futuros do conjuntivo com PM nas orações principais. Tal explica-se pelo facto de a maior parte dessas formas ter significado desiderativo, voluntarioso e/ou exortativo, que são incompatíveis com o uso da PM. Além das passagens onde as regras parecem ter sido cumpridas, procuro discutir também aquelas em as mesmas terão sido subvertidas, atestando-se a existência de diferentes variantes com mais do que uma interpretação possível.
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