A música métrica e a poética musical: influências da poética nos tratados de música portugueses nos séculos XVI-XIX
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-1718_71_5Palavras-chave:
intersemiótica, poética e música, tratados musicais portugueses., intersemiótica, poética e música, tratados musicais portuguesesResumo
Desde o tratado de Tractado de Cãto Llano de Mateus de Aranda em 1533 até ao final do século xix, os tratadistas musicais portugueses procuraram incluir aspetos da poética nas respetivas obras teóricas. Entre outros aspetos, identificaram sequências rítmicas resultantes da utilização do metro, procedimento que António Fernandes designava, em 1626, de «música métrica». Vários outros tratadistas musicais evidenciaram a preocupação em adequar a música ao texto, incitando os compositores a uma «poética musical», isto é, ao conhecimento dos pés poéticos e à adaptação da partitura aos respetivos metros. É o que preconiza, por exemplo, Eugénio de Almeida no seu Tratado de Melodia de 1868 com exemplos de pés poéticos transcritos para pauta. Alguns tratadistas sugerem ainda analogias muito diretas entre o poeta e o músico, tal como Jerónimo Cardoso que, no Dictionarium Latino Lusitanicum de 1570, define «Musicus, i» da seguinte forma: «Ho musico, ou poeta». Evidenciar‑‑se‑‑ão também pontos de contacto entre poética e música, através de paralelismos, comparações, referências ou apropriação, abordando ainda o conceito de «música poética».
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