O Corporema da Casa Portuguesa, ou repensar O Problema da Casa Portuguesa de Fernando Távora
DOI:
https://doi.org/10.14195/1647-8681_3_18Palavras-chave:
Fernando Távora, Arquitectura em Portugal, Teoria da Arquitectura, Séculos XX e XXI, IdentidadeResumo
Quando Mário Krüger mostrava numa aula o cartaz Vient de paraître, pensei substituir naquela imagem a capa do livro de Le Corbusier pela capa d’O Problema da Casa Portuguesa de Fernando Távora. A dedicatória que Távora escrevera no meu exemplar de 1947: “com simpatia e parabéns pela aquisição destes pequenos ‘Lusíadas’”, parecia reforçar a analogia.
O Corporema da Casa Portuguesa de 2004 repensa o texto de Fernando Távora a partir da noção de corporema de Paulo Cunha e Silva, indagando sobre a hipótese de existirem teorias em Arquitectura que, apesar de concisas, seriam estruturantes numa determinada identidade complexa. O Corporema da Casa Portuguesa tem ainda em conta que entre 2002 e 2003 o ciclo de exposições Influx, Arquitectura portuguesa recente, tinha dado alguns motes para o confronto da capacidade teórica do texto de Távora com a contemporaneidade, e que, uma vez transformado em Metaflux, mostrava Duas gerações na arquitectura portuguesa recente à 9ª Bienal de Veneza de 2004, parecendo querer reivindicar que “identidades nacionais” deveriam ser substituídas por uma espécie de supra “identidade urbana europeia”. Esta separação entre identidade nacional e europeia tornava legítima a ainda-curiosidade: Qual é afinal o embate do texto de Távora com a consciência de uma vontade de internacionalização, de uma “identidade europeia”?
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When Mário Krüger showed, during his class, the poster Vient de paraître, I thought of replacing, in that image, the cover of Le Corbusier's book by the cover of O Problema da Casa Portuguesa of Fernando Távora. The dedication that Távora wrote in my copy of 1947: "with sympathy and congratulations on your purchase of these little 'Lusíadas'", seemed to reinforce the analogy.
O Corporema da Casa Portuguesa of 2004, rethinks Távora’s text from the notion of corporema by Paulo Cunha e Silva, searching for the existence of theories in architecture, that, although small, would be structural in a certain complex identity. O Corporema da Casa Portuguesa also takes into account that between 2002 and 2003 the cycle of exhibitions Influx, Recent portuguese architecture, had given some arguments for the confrontation of the theoretical capacity of Távora's text with the contemporaneity; and that, once turned into Metaflux, showing two generations in Portuguese architecture to the 9th Venice Biennale in 2004, seemed to claim that "national identities" should be replaced by a kind of supra "european urban identity." This separation between national and European identity legitimized the still-curiosity: What is the clash between the text of Tavora and the awareness of a will for internationalization, for an "European identity"?
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