Cfp: Vol. 24 N.º 44 (2024) Jornalismo e Ficção

2023-11-09

CHAMADA DE ARTIGOS | JORNALISMO E FICÇÃO

EDITORES DO NÚMERO:
Mar Chicharro-Merayo (Universidad de Burgos)
Javier Mateos-Pérez (Universidad Complutense de Madrid)
Lorena Antezana (Universidad de Chile)

DATAS IMPORTANTES:
Novo prazo de submissão: 7 de fevereiro, 2024
Prazo para a submissão de artigos: de 15 de novembro de 2023 a 15 de janeiro de 2024
Decisão dos editores: abril de 2024
Data prevista para a publicação: maio/junho de 2024

A história do jornalismo está impressa em celuloide com a imagem em movimento da chegada do comboio, que os Lumière filmaram, em 1895. Foram esses irmãos que propuseram abrir “os seus objetivos ao mundo”, oferecer a realidade do planeta, com fins informativos. Sabe-se que o jornalismo audiovisual nasceu e se desenvolveu no enquadramento do cinema. A sétima arte promoveu e popularizou o jornalismo, por sua vez, através de documentários e telejornais realizados em todo o mundo que, somados à ficção, foram os géneros mais apreciados e seguidos pelo público.

Mais tarde, o jornalismo audiovisual estabeleceu-se na televisão, onde se difundiu como conteúdo informativo, consolidando um lugar na grelha de programação e uma linguagem audiovisual própria. Ao mesmo tempo, o jornalismo conquistou espaço na ficção audiovisual através de histórias que mostram o exercício da profissão, eventos baseados em acontecimentos reais ou histórias estreadas por jornalistas – ou por pessoas da indústria da comunicação –, configurando um subgénero de ficções jornalísticas que, nos últimos tempos, tem produzido obras notáveis transmitidas, indistintamente, nas diferentes telas que compõem a indústria audiovisual.

Assim, filmes como Cidadão Kane (Orson Welles, 1941); A montanha dos sete abutres (Billy Wilder, 1951); Todos os Homens do Presidente (Alan J. Pakula, 1976); O ano em que vivemos em perigo (Peter Weir, 1982); O Show de Truman – o show da vida (Peter Weir, 1998); O informante (Michael Mann, 1999); Boa noite e boa sorte (George Clooney, 2005); Intrigas de Estado (Kevin McDonald, 2009); Spotlight – segredos revelados (Tom McCarthy, 2015); The Post: A guerra secreta (Steven Spielberg, 2017); etc., compõem uma sólida cadeia de trabalhos sobre jornalismo e os meios de comunicação, à qual se juntou outro pequeno contingente de obras concebidas, produzidas e transmitidas na televisão, como Lou Grant (CBS, 1977); Murphy Brown (CBS, 1988); Periodistas (Tele5, 1998); State of Play (BBC, 2003);  The Hour (Prime, 2011); The Newsroom (HBO, 2012); Secret City, (Foxtel, 2016); El caso. Crónica de sucesos (TVE1, 2016); Press(BBC, 2018); The Morning Show (AppleTV, 2019); Blinded (TV4, Suécia, 2019); Bala Loca (Netflix, 2016); 22.juli (NRK, 2020); entre outras.

​Além de estar representado na ficção cinematográfica e televisiva, o jornalismo também pode adotar o formato de longa-metragem para apresentar o seu trabalho. O género mais recorrente para esta perspectiva é o documentário, mas, nos últimos tempos, têm surgido narrativas ficcionais que foram transferidas para o palco dos géneros jornalísticos a fim de tornar as mensagens mais atrativas e próximas. Da mesma forma, foram incorporadas técnicas como o storytelling, propostas como o documentário dramatizado (docudrama), ou formatos heterodoxos, como as docusséries ou o ensaio audiovisual, que propõem misturas de códigos que ampliam e confundem as fronteiras entre informação e recreação.

A partir destas coordenadas iniciais, a chamada proposta para a Media & Jornalismo pretende contribuir para o debate, a investigação e a reflexão, apontando as suas implicações académicas. Incentivamos a submissão de trabalhos de investigadores e investigadoras que abordem questões como: representações do jornalismo no audiovisual; as relações entre informação e ficção; ou os novos formatos híbridos usados ​​para mostrar o trabalho jornalístico.

As contribuições para a edição podem incluir, mas não estão limitadas, aos seguintes tópicos:

  • Relação entre géneros noticiosos e formatos de ficção: questões gerais.
  • Criação, divulgação e consumo de produtos em que se conecta informação e ficção.
  • Uso de géneros e estratégias que hibridizam informação e ficção: docudrama, docussérie, reality show.
  • Ética e deontologia profissional face à hibridização de conteúdos e códigos.
  • Narrativas de informação e ficção: sinergias e contágios.
  • A ficção como fonte de informação: o caso da ficção histórica.
  • Ficção televisiva e imaginários jornalísticos. Representações do jornalismo através da ficção. A mulher jornalista na ficção.
  • Jornalismo cinematográfico. Estudos de caso. A adaptação do jornalismo à ficção.
  • Mostrar a realidade. O documentário e o ensaio audiovisual.
  • Os processos de recepção: audiências diante da confusão entre realidade e ficção.

A Revista Media & Jornalismo (RMJ) é uma revista científica de acesso aberto arbitrada por pares, que opera num processo de dupla revisão cega, estando indexada na Scopus. Cada trabalho submetido será distribuído a dois revisores previamente convidados a avaliá-lo, de acordo com a qualidade académica, originalidade e relevância para os objetivos e âmbito da temática desta edição da Revista. Os artigos podem ser submetidos em Inglês, Espanhol ou Português.

Os manuscritos devem ser submetidos através do website da revista (https://impactum-journals.uc.pt/mj). No acesso à RMJ pela primeira vez, deve registar-se para poder submeter o seu artigo e acompanhá-lo ao longo do processo editorial. Consulte as Instruções para Autores Condições para Submissão e as Políticas editoriais da revista.

Para mais informações, entre em contato pelo email: patriciacontreiras@fcsh.unl.pt