Sustentabilidade dos afetos: Notas sobre a conjugalidade como dimensão de análise da família na contemporaneidade

Autores

  • Fabio Scorsolini-Comin Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  • Manoel Antônio dos Santos Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-8606_53_12

Palavras-chave:

Conjugalidade, família, gênero, relações conjugais, contemporaneidade

Resumo

O atual cenário de transformações socioculturais, impulsionado pela perda do interesse na vida pública, emancipação das minorias sexuais e o declínio dos meios tradicionais de doação de identidade (família, religião, pertencimento político, entre outros) fez com que restasse aos indivíduos apenas a identidade amorosa e a esperança de realização amorosa. Este artigo discute a conjugalidade como dimensão de análise da família. Pontua-se que esta noção, além de colocar em xeque a identidade construída por um casal em relação ou união, é também uma dimensão que contribui para as investigações acerca da família e suas vicissitudes. Aliada a uma leitura sociológica, o constructo da conjugalidade extrapola sua origem psicanalítica e incorpora aspectos contextuais, como a transição da conjugalidade para a parentalidade, a presença feminina no mercado de trabalho, a divisão do trabalho doméstico em casais de dupla carreira, escolaridade dos cônjuges, condições materiais de sobrevivência, políticas de incentivo ou de controle de natalidade, entre outros fatores. Postula-se que a sustentabilidade dos afetos deve ser uma prática desenvolvida no âmbito da família e nas formas de se fortalecerem vínculos estabelecidos, primando-se pelo engendramento de modos mais plurais e flexíveis de ser e de amar, compatíveis com o ethos contemporâneo.

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Publicado

2010-12-01

Como Citar

Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. dos. (2010). Sustentabilidade dos afetos: Notas sobre a conjugalidade como dimensão de análise da família na contemporaneidade . Psychologica, (53), p. 259-274. https://doi.org/10.14195/1647-8606_53_12

Edição

Secção

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