Um negativo da liberdade: o crime enquanto acto performativo linguístico. Leituras de Edgar Allan Poe e de Mário de Sá-Carneiro.
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-8925_43_14Palavras-chave:
Perversidade, mal, escrita, prazer, morteResumo
Este estudo parte de uma citação de Mário de Sá-Carneiro, na qual este evoca o conceito de perversidade na obra de Edgar Allan Poe, que é um dos temas centrais de “The Imp of Perverse” e “The Black Cat”, e nos quais a perspectiva de perversidade designa uma variação de estados sensíveis sem uma razão concreta, para a definição do desejo de perversidade em ambos os autores. Analisar-se-á como o crime e a morte, tanto na obra de Edgar Allan Poe como na obra de Mário de Sá-Carneiro, constituem metáforas da escrita que expressam actos performativos da linguagem. Explorar-se-ão as relações de semelhança entre artista e assassino, e entre as armas do crime, caneta e pen-knife, com o objectivo de estabelecer uma conexão entre o acto violento e o acto de escrita. Analisar-se-ão as reacções físicas passíveis de ser sentidas pelo protagonista no acto de escrita do acontecimento, e questionar-se-á se o exercício de descrição do crime pode conduzir a uma dupla experimentação do prazer de cometer o crime, tal como Pierre Klossowski identificou na obra do Marquês de Sade.
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