FRONTEIRAS E CAMINHOS-DE-FERRO: DA QUIMERA SAINT-SIMONIANA AO DESENCANTO TECNODIPLOMÁTICO (C. 1850-C. 1900)

Autores

  • Hugo Silveira Pereira Centro Interuniversitário de História da Ciência e da Tecnologia (UNL) Institute of Railway Studies (University of York) http://orcid.org/0000-0002-7706-2686

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-8925_35_9

Palavras-chave:

Caminhos-de-ferro, cross-borders, transnational LTS, tecnodiplomacia, Saint-simonismo

Resumo

As elites tecnocratas portuguesas que, em meados do século XIX, apoiavam o Fontismo bebiam muito da ideologia saint-simoniana, desenvolvida em França na viragem de Setecentos para Oitocentos. O Saint-simonismo defendia a criação de civilizações de circulação, que caminhassem paulatinamente para uma federação europeia, através da construção de redes de caminhos-de-ferro, aproximando as diversas nações entre si. Este ideário foi assimilado por engenheiros e políticos nacionais e consubstanciado no projeto de ligar Porto, Lisboa e vários domínios ultramarinos aos países e colónias vizinhos. Contudo, este plano chocava contra as diferentes agendas económicas, políticas e diplomáticas dessas nações. Recorrendo ao conceito de tecnodiplomacia e ao modelo de análise dos cross-borders e dos large technological systems (LTS) transnacionais, procuraremos, neste artigo, demonstrar como o projeto saint-simoniano de criação de civilizações de circulação foi dificultado pelo surgimento de obstáculos tecnodiplomáticos e assim contribuir para o debate sobre os LTS transnacionais.

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Publicado

2017-09-17

Edição

Secção

Artigos