Duas Passagens Camonianas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-1718_79_5

Palavras-chave:

Os Lusíadas, Camões, Língua Portuguesa, Gramática, Edições

Resumo

O artigo discute o sentido literal de duas estâncias d’Os Lusíadas, de Camões, questionando se as leituras tradicionalmente oferecidas pelos editores estariam corretas ou se devemos admitir pequenas emendas textuais. A primeira passagem (Canto II, estância 75) respeita ao infinitivo flexionado; a segunda passagem (Canto IX, estância 70) envolve a pontuação. A análise de cada passagem inclui discussões sobre gramática e semântica. Dicionários e outras passagens de Camões foram consultados. Os resultados alcançados foram distintos. Quanto à passagem do Canto II, parece preferível manter a leitura tradicional. Embora não se alcance uma leitura original do texto camoniano, o percurso percorrido merece ser registrado, na medida em que esclarece um pouco a gramática da língua portuguesa, além de documentar o uso de Camões. Já a passagem do Canto IX merece ser pontuada de maneira ligeiramente diferente. Alguns editores parecem ter se equivocado quanto ao sentido pretendido pelo Poeta e a análise soluciona este pequeno problema textual de maneira satisfatória. A discussão de duas passagens e o cotejo de diversas edições, que pouco diferem entre si, convida, na conclusão, a uma pergunta mais ampla, a saber, se há necessidade de reeditar Os Lusíadas ou se as edições existentes satisfazem. O estudo, apesar de modesto, deverá atrair o interesse de estudiosos, bem como de amantes da língua portuguesa e da poesia de Camões que poderão, a partir dele, refletir sobre aspectos que não lhe ocorreriam espontaneamente. Convida também à saudável reflexão sobre o papel e a necessidade de novas edições d’Os Lusíadas.

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Publicado

2022-06-28

Edição

Secção

Artigos