#VivaLaFrida: Nomear Frida Kahlo como performance tecnodiscursiva em plataformas digitais
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-8830_10-1_9Palavras-chave:
Humanidades Digitais, América Latina, Feminismo de Dados, Intelectuais Mulheres, Frida KahloResumo
O artigo parte do marco teórico-metodológico das Humanidades Digitais na América Latina, do Feminismo de Dados e da Análise Crítica Tecnocultural do Discurso para analisar postagens no Twitter sobre Frida Kahlo, em espanhol e em português, entre 2009 e 2023. Através de metodologias de extração e processamento de dados, utilizando os softwares Wolfram Mathematica e Python em Jupyter Notebooks, e combinando métodos quantitativos e qualitativos, analisamos o fluxo histórico de tweets, bem como as hashtags e os usuários mais
frequentes na publicação de tweets sobre Frida Kahlo. A partir da criação de nuvens de palavras em espanhol e em português, identificamos três principais modalidades pelas quais as práticas de nomeação de Frida Kahlo funcionam como performances ativistas que favorecem à constituição de comunidades e contra-comunidades que afirmam e mantém as suas identidades associadas à América Latina. Em primeiro lugar, esse significativo conjunto de tweets que analisamos mostra Frida Kahlo como um dos grandes ícones do mundo latinoamericano, hispano-americano e/ou mexicano. Em segundo lugar, a figura de Frida Kahlo visibiliza e mobiliza movimentos sociais, seja no âmbito do feminismo, dos direitos LGBTQIA+ ou/e de pessoas com deficiência. Em terceiro lugar, a imagem de Frida Kahlo está associada à comercialização de uma enorme quantidade de objetos e produtos dos mais diversos tipos. Esse conjunto de tweets mostra ainda que boa parte do público não tem uma atitude passiva diante desse fenômeno de mercantilização; pelo contrário, a artista se torna parte essencial de uma série de debates com posicionamentos opostos. Desse modo, nomear Frida Kahlo permite construir posicionamentos em torno de identidades comunitárias, das noções de latino-americano, da sexualidade e do gênero, e permite intervir de modos diversos no mercado do consumo cultural.
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