Narrativas mediáticas sobre o femicídio na intimidade em Portugal - Implicações e desafios

Autores

  • Ariana Pinto Correia Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação https://orcid.org/0000-0002-8432-6790
  • Sofia Neves Universidade da Maia – ISMAI

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-5462_39_12

Palavras-chave:

femicídio, intimidade, Portugal, imprensa

Resumo

O presente artigo caracteriza o femicídio na intimidade (FI) em Portugal, na forma consumada e tentada, a partir da análise das narrativas mediáticas publicadas no Jornal Correio da Manhã (CM) e no Jornal Público (P), entre 2000 e 2017. O corpus de análise, constituído por 853 peças noticiosas, corresponde a 644 casos de FI. A partir de uma análise triangulada dos dados, emergiram diferenças na forma e conteúdo de ambos jornais, acentuadas na última década. Enquanto o CM tende a narrar os crimes como reações passionais e imprevisíveis, associadas aos ciúmes e não aceitação da separação, recorrendo a narrativas paralelas que desresponsabilizam o perpetrador, o P apresenta tendencialmente o crime de forma contextualizada. Esta polarização, além de desconectada da Convenção de Istambul (2011), contribui para uma construção social do crime enviesada, com efeitos não só na opinião pública, mas nas vítimas e pessoas agressoras na intimidade.

Palavras-chave: Femicídio, intimidade, Portugal, media.

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Publicado

2021-12-14

Como Citar

Correia, A., & Neves, S. . (2021). Narrativas mediáticas sobre o femicídio na intimidade em Portugal - Implicações e desafios. Media & Jornalismo, 21(39), 229-245. https://doi.org/10.14195/2183-5462_39_12