Novas histórias, novas personagens
uma análise da sobrevida d’a mulher do médico Em Ensaio sobre a Lucidez, de José Saramago
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_12_2Palavras-chave:
personagem, sobrevida, José Saramago, BakhtinResumo
Uma das possiblidades de sobrevida da personagem, na perspectiva de uma teoria da figuração, projetada pelo crítico Carlos Reis, é a sua incorporação a uma narrativa subsequente àquela em que foi originalmente construída. A mulher do médico, por exemplo, é concebida na célebre obra Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, e refigurada como personagem secundária em Ensaio sobre a lucidez, do mesmo autor.
O presente artigo analisa os elementos constitutivos dessa personagem, nas duas obras, a partir do entrecruzamento das vozes do narrador e da própria personagem, como proposto nas relações dialógicas descritas por Bakhtin. À luz das concepções de Brian Richardson acerca da personagem e de sua potencial transtextualidade, estima-se identificar aspectos que se mantenham fiéis à mulher do médico em ambas as obras e interrogar os que se diferem nesse processo de refiguração ou de reconstrução de uma mesma entidade, contribuindo, assim, para a revitalização dos estudos da personagem.
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