Luz, som, e pouca ação
João Botelho e a recriação poética d’O Ano da Morte de Ricardo Reis (2020)
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_12_7Palavras-chave:
João Botelho, adaptação fílmica, estética cinematográfica, espelhos, jogos de luz e sombra, deficiência, protagonistas femininasResumo
Este estudo analisa o filme O ano da morte de Ricardo Reis (2020) por João Botelho baseado na obra homónima de José Saramago, ao enfocar os recursos estéticos e estratégias artísticas do diretor para dar profundeza, textura, e contrastes aos planos do filme. Assim, examina-se os jogos de luz e sombra, a presença de espelhos, o recurso subtil à música, enquadramentos de cenas, o lirismo dos diálogos, a textura dos materiais, e a escolha do preto e branco, entre outras opções cinematográficas. Analisa-se alguns dos desafios ao nível da filmagem para transpor o romance ao meio fílmico, tendo recurso a truques cinematográficos para separar cenas e planos, a teatralidade dalguns episódios, e a prioridade dada à técnica de monólogos e diálogos. Na segunda parte do artigo, foca-se no trabalho da câmera para contrastar as duas mulheres protagonistas principais, Lídia e Marcenda, e para enfocar a debilidade física de Marcenda cuja mão esquerda é paralisada. As técnicas de grandes planos, luz, espelhos, e enquadramentos reiteram com insistência este “refrão visual” da deficiência da protagonista.
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