A Reescrita e a ‘Aventura’ do império em Orlando da Costa e Reis Ventura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-847X_13_10

Palavras-chave:

Orlando da Costa, Reis Ventura, literatura, história, colonialismo

Resumo

O artigo promove uma releitura conjunta de O Signo da Ira (1961) e de Fazenda Abandonada (1962) para repensar os diversos imaginários do império e a sua projeção na literatura de língua portuguesa no âmbito do colonialismo português. Nesta releitura contemporânea, assinala-se o recurso partilhado por Orlando da Costa e Reis Ventura à memória e à história da trajetória colonial. Nestes romances os autores procuram ‘reescrever’ o destino do império, projetando os seus imaginários e ideologias sobre o futuro então desconhecido do colonialismo. Esta leitura conjunta explora o ‘encontro’, o ‘cruzamento’ e o ‘diálogo’ entre as obras a partir das suas personagens, das suas travessias e dos seus lugares ‘marginais’ nos territórios de Goa e Angola. Com o estudo da cultura e da ideologia na Esfera Pública Imperial também se quer contribuir na discussão dos imaginários literários do século XXI em língua portuguesa que remetem para a ‘reescrita’ do passado colonial.

Palavras-chave: Orlando da Costa; Reis Ventura; Literatura; História; Colonialismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Agambem, Giorgio (2018). The Adventure. Cambridge: Massachusetts University Press.

Alexandre, Valentim (2021). Os Desastres da Guerra, Portugal e as Revoltas em Angola (1961: Janeiro a Abril). Lisboa: Temas e Debates.

Alexandre, Valentim (2017). Contra o Vento, Portugal, o Império e a Maré Anticolonial (1945-1960). Lisboa: Temas e Debates.

Costa, Orlando da (2019). O Signo da Ira. Lisboa: Caminho.

Dilolwa, Carlos R. (2000). Contribuição à História Económica de Angola. Luanda: Editorial Nzila [1978].

Domingos, Nuno (2021). “Uma história de dois impérios”. In Nuno Domingos (org.). Cultura Popular e Império, (pp. 75-154). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Fernandes, Jorge M, Magalhães, Pedro C. e Pinto, António Costa (eds.) (2023). The Handbook of Portuguese Politics. Oxford: Oxford University Press.

Ferreira, Patrícia Martinho (2021). Órfãos do Império, Heranças Coloniais na Literatura Portuguesa Contemporânea. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Fonseca, Isadora de A. (2023). “A esfera pública imperial”, in Marília dos Santos Lopes (coord.). A História na Era da (Des)Informação. Lisboa: Universidade Católica Editora (pp.101-114).

Fonseca, Isadora de A. (2019). “Reis Ventura, a imaginação do império e a subjetividade colonial”. Revista de Estudos Literários da Universidade de Coimbra, volume 9, Outubro de 2019, coordenado por Maria Helena Santana, pp. 199-223. https://doi.org/10.14195/2183-847X_9_9

Freeden, Michael, Tower, Lyman S., and Stears, Marc (2013). The Oxford Handbook of Political Ideologies. Oxford: Oxford University Press.

Freudenthal, Aida. 2001. “Angola”. In A. H. de Oliveira Marques e Joel Serrão (dir.). Nova História da Expansão Portuguesa, Vol. XI, O Império Africano 1890-1930, A. H. de Oliveira Marques (coord.). Lisboa: Editorial Estampa, 259-467.

Head, Dominic (2009). The Cambridge Introduction to J. M. Coetzee. Cambridge: Cambridge University Press.

Jameson, Fredric (1981). The Political Unconscious. London and New York: Routledge.

Jerónimo, Miguel Bandeira (org.) (2013). O Império Colonial em Questão, Poderes, Saberes e Intituições (sécs. XIX-XX). Lisboa: Edições 70.

Lobo, Sandra Ataíde (2016). “O sujeito, o cidadão e o colonizador na Goa dos séculos XIX-XX. In Ângela Barreto Xavier e Cristina Nogueira da Silva (orgs.). O Governo dos Outros, Poder e Diferença no Império Português (pp. 293.322). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Madeira, João (1996). Os Engenheiros de Almas, O Partido Comunista e os Intelectuais. Lisboa: Editorial Estampa.

Medeiros, Nuno (2021). “Pelo Império, Publicar! Defender o colonial português através da edição de livros durante o século XX na metrópole”. In Nuno Domingos (org.). Cultura Popular e Império, (pp. 75-154). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Margarido, Alfredo (1980). Estudos Sobre Literaturas das Nações Africanas de Língua Portuguesa. Lisboa: A Regra do Jogo.

Matos, Patrícia Ferraz de Matos (2006). As Côres do Império, Representações Raciais no Império Colonial Português. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Munslow, Barry (1969). The Angolan Revolution: The Anatomy of an Explosion (1950-1962). Massachusetts: Massachusetts Institute of Technology.

Noa, Francisco (2002). Império, Mito e Miopia – Moçambique como invenção literária. Lisboa: Caminho.

Pélissier, René (2009). “Parte Dois”. In Douglas Wheeler e Réne Pélissier. História de Angola (pp. 231-318). Lisboa: Tinta da China.

Pimenta, Fernando (2005). Brancos de Angola: Autonomismo e Nacionalismo (1900-1961). Coimbra: Minerva.

Pinto, Alberto Oliveira (2012). Angola e as Retóricas Coloniais, Roupagens e Desvendamentos. Lisboa: Mercado de Letras Editores.

Ranciére, Jacques (2014). As palavras da história: ensaio de poética do saber. Lisboa: Unipop.

Real, Miguel (2016). O Feitiço da Índia. Alfragide: Leya.

Rebelo, Tiago (2018). O Último Ano em Luanda. Lisboa: Bertrand.

Reis, Célia. 2001. “Índia”. A. H. de Oliveira Marques e Joel Serrão (dir.). Nova História da Expansão Portuguesa, Vol. XI, O Império Africano 1890-1930, A. H. de Oliveira Marques (coord.) (pp. 565-654). Lisboa: Editorial Estampa.

Rodrigues, Maria Filomena de B. G. (2009). “A Literatura de Orlando da Costa, Reflexões Sobre uma Trilogia em Tempo de Colonialismo”. Tese de Mestrado em Estudos Portugueses Interdisciplinares, Universidade Aberta, Lisboa.

Traverso, Enzo (2012). O Passado, Modos de Usar. Lisboa: Tigre de Papel.

Ventura, Reis (1962). Fazenda Abandonada. Sá da Bandeira: Publicações Imbondeiro.

White, Hayden (2014). The Practical Past. Evanston: Northwestern University Press.

##submission.downloads##

Publicado

2023-11-28