Para lá das "Antígonas" de George Steiner: a Reescrita do Mito como Visitação do Imemorável
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_13_1Palavras-chave:
teoria literária, tradução, filosofia, receção do mito, transcendênciaResumo
Este artigo tem como enfoque as inter-relações entre mito, personagem mítico e reescrita. Encarando o mito como um desafio epistemológico, a hermenêutica vê-se, muitas vezes, dividida entre duas tentações reducionistas: tornar o seu objeto ontológico ou dissolvê-lo numa espécie de original sem sentido. Iremos, primeiro, e sobretudo, concentrar-nos nas Antígonas de George Steiner, consideradas uma pedra angular na mitografia literária em resultado da sua abordagem anti-reducionista, que se pauta pela atenção à pluralidade e pela ênfase na complexidade inerente ao mito. Em segundo lugar, e com um propósito muito mais exploratório, visaremos propor uma nova conceção do mito, uma que seja capaz de satisfazer as principais exigências até agora identificadas quando o abordamos. Em última instância, iremos propor um entendimento do conceito de reescrita enquanto visitação e do mito enquanto face (visage), na perspetiva de Lévinas, o que nos fará revisitar noções tais como memória e transcendência. Como memória do imemorável, a reescrita do mito irá, assim, e paradoxalmente, revelar-se como uma tarefa orientada para o futuro, produtora de sentido e, desejavelmente, inspiradora.
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