Jogos de Azar: um caminho à libertinagem e um passo revolucionário
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_15_8Palavras-chave:
libertinos, Jogos de azar, mulher, amor, revoluçãoResumo
Na obra de José Cardoso Pires, o embate entre libertinos e marialvas é definitivamente uma questão central. Ao contrário dos marialvas, que representam o conservadorismo e o moralismo asfixiante da sociedade portuguesa, os libertinos assumem uma postura contestadora à moral vigente, portanto, desafiando a ordem estabelecida ao se afirmarem amantes do sexo e também do conhecimento. Tendo como base, então, os libertinos como um emblema revolucionário, distante de vê-los como seres imorais e indisciplinados, lemos três contos de Jogos de azar cujo objetivo é justamente trilhar esse caminho à libertinagem em três personagens femininas, entendendo como um ato revolucionário da mulher a consciência do local hostil que ocupam numa sociedade patriarcal e a consequente busca pelo seu próprio prazer. Em Cardoso Pires, o amor é subversivo, como também é uma forma de revolução.
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Referências
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