Assassinar de Alegria: o 25 de abril de Alexandra Alpha
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_15_7Palavras-chave:
Alexandra Alpha, José Cardoso Pires, tempo português, intelectualidade, memóriaResumo
Escrito na perspetiva do pós-25 de Abril, o último romance de José Cardoso Pires, Alexandra Alpha (1987) debruça-se sobre um período que vai do eclodir da guerra colonial/guerra de libertação até ao fim do PREC. Neste artigo propõe-se uma leitura das estratégias através das quais o romance aponta para certas continuidades entre o Estado Novo e a democracia, principalmente a nível cultural e de autorrepresentação. O olhar sobre o 25 de Abril aparece assim como a constatação de uma promessa incumprida, a esperança de uma cisão que não veio a ocorrer em toda a profundidade desejada. A análise fundamenta-se no diálogo com a obra cardoseana anterior, principalmente O delfim e os ensaios de E agora, José?, além de apoiar-se em alguns documentos que fazem parte do dossiê genético do romance, conservados no espólio do autor na Biblioteca Nacional de Portugal. Tendo como referência principal o pensamento de Eduardo Lourenço sobre as criticidades da “hiperidentidade” portuguesa, observa-se como a continuidade destacada se declina segundo três vertentes: a simbologia relacionada com o tempo português no universo narrativo cardoseano, a representação do ambiente intelectual e a (não) elaboração do trauma na memória coletiva.
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