Lisboa salva pela Arte

Sobre Lisboa – Livro de Bordo, de José Cardoso Pires, e A Cidade de Ulisses, de Teolinda Gersão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-847X_15_11

Palavras-chave:

Lisbon, transdiscursive city, urban art, in-between place, resilience

Resumo

Entre os textos que proporcionam ‘entradas’ ao discurso mítico-histórico-artístico da ‘cidade branca’, destacam-se Lisboa – Livro de Bordo (1997), de José Cardoso Pires, e A Cidade de Ulisses (2011), de Teolinda Gersão. Ambos dialogam com as artes plásticas para desenvolver estratégias de resgate e resiliência perante o desaparecimento da cidade como lugar de pertença e memória. Reivindicam um entre-lugar que possa salvar ‘sentidos’ de Lisboa face à sua descaraterização pelo branding turístico e políticas urbanísticas: no primeiro caso, através de um livro concebido como complexo artefacto de texto e imagem no qual um sujeito periegético relaciona a paisagem urbana com a memória, individual e coletiva, e artefactos, no sentido mais lato, procurando captar a ‘linguagem lisboeta’; no segundo, através de um romance que, narrando uma relação amorosa entre artistas plásticos, descreve a génese de uma exposição dedicada a Lisboa nascida do ‘amor’, categoria transversal que resulta da reflexão crítica sobre pertença e alteridade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Augé, Marc (1992). Non-Lieux. Introduction à une anthropologie de la surmodernité, Paris: Seuil.

Baudrillard, Jean (1981). For a Critique of the Political Economy of the Sign. Trad. Charles Levin. Telos Press.

Caretti, Ana Carolina da Silva & Gobbi, Márcia Valéria Zamboni (2013). Um passeio com mito e história n’A cidade de Ulisses (2011), de Teolinda Gersão, Miscelânea (Assis), 13, 39–54.

Cluny, Claude Michel & Pomar, Júlio (1985). Le Livre des Quatre Corbeau: Poe, Baudelaire, Mallarmé, Pessoa. Paris: Éditions de la Différence.

Dias, Marina Tavares (1991). A Lisboa de Fernando Pessoa. Lisboa: Ibis.

Faria, Ângela Beatriz de Carvalho (2011). A sedução da escrita em A cidade de Ulisses, de Teolinda Gersão, ou “um corpo” (de uma mulher, de uma cidade e de um livro) “com que se faz amor”. Diadorim, 9, 137–144.

Fraticelli, Barbara (2022). Lisboa en femenino: la Cidade de Ulisses de Teolinda Gersão. In: Carmen Mejía Ruiz, Eugenia Popeanga Chelaru; Alba Diz Villanueva (eds.), Mujeres en la ciudad: Representaciones literarias y artísticas (pp. 121–136). Madrid: Tirant Lo Blanch.

Gersão, Teolinda (1989). A Cidade Real e a Cidade Imaginada. Imagens de Lisboa em 1755 em textos Portugieses e Alemães do século XVIII. In: O Imaginário da Cidade (pp. 179-207). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian ACARTE. [Atas do Colóquio realizado em outubro de 1985]

Gersão, Teolinda (2011), A Cidade de Ulisses, Porto: Sextante.

Grossegesse, Orlando (2009), «Cidades que em nós se fazem». Lisboa – Livro de bordo de José Cardoso Pires como ‘entre-lugar’. FronteiraZ. Revista digital do grupo de pesquisa «O Narrador e as Fronteiras do Relato» (São Paulo: PUC-SP), 4, 1–13; reed. (2012) FronteiraZ, 9, 105–117.

Grossegesse, Orlando (2011), Bichos, velhos e estátuas – a Lisboa carnavalizada: de Alexandre O’Neill a José Cardoso Pires. In Volker Jaeckel (ed.), Olhares lítero-artísticos sobre a cidade moderna (pp. 47–64). München: Martin Meidenbauer.

Grossegesse, Orlando (2013), A arte de errância pelo mar de pedra. De Walter Benjamin a José Cardoso Pires. In Henry Thorau, Kathrin Sartingen, & Paulo de Medeiros (eds.), Aquele século teve muitas heroínas. Fs. Maria de Fátima Viegas Brauer-Figueiredo (pp. 105–119). Frankfurt/ Main: Peter Lang.

Hospers, Gert-Jan (2011). City Branding and the Tourist Gaze. In Dinnie, K. & (eds) City Branding. Theory and Cases (pp. 27–35). London: Palgrave Macmillan.

Kay, Georgina (2011). The Resilient City: New York after 9/11 and the New WTC Designs. In Nas, P. J. M. (ed.). Cities full of symbols: a theory of urban space and culture (pp. 259-81). Leiden University Press.

Kristeva, Julia (1989), Etrangers à nous-mêmes. Paris: Fayard.

Marnoto, Rita (1998), Lisboa. Livro de bordo. Cúmplices de vozes, olhares e memorações, Veredas, I (AIL, Porto), 261–270.

Marquard, Odo (1979), Lob des Polytheismus. Über Monomythie und Polymythie. In id. (1981). Abschied vom Prinzipiellen. Philosophische Studien (pp. 91-116) Stuttgart: Reclam Universal-Bibliothek.

Nas, Peter J.M., De Groot, Marlies, & Schut, Michelle (2011), Introduction: Variety of Symbols. In Nas, P. J. M. (Ed.). Cities full of symbols: a theory of urban space and culture (pp. 7-26). Leiden University Press.

Pessoa, Fernando (2008). Obra Édita. Expedições livres para amantes e estudiosos (Dir.) Leonor Areal. Obra Aberta CRL. Disponível em: http://arquivopessoa.net/textos

Pires, José Cardoso (1988), A República dos Corvos. Lisboa: Dom Quixote.

Pires, José Cardoso (1991), Lisboa, vistas da cidade. In Barros, Jorge (ed.), Um olhar português. Lisboa: Círculo de Leitores.

Pires, José Cardoso (1994), A cavalo no diabo. Crónicas do Público e casos privados. Lisboa: Dom Quixote.

Pires, José Cardoso (1997), Lisboa – Livro de Bordo. Vozes, olhares, memorações. Lisboa: Dom Quixote Expo 98.

Pires, José Cardoso (2018), Lisboa – Livro de Bordo. Vozes, olhares, memorações. Lisboa: Relógio d’Água.

Santos, Nuno Valdez dos (1994), Pedras esculpidas com embarcações. In Francisco Santana & Eduardo Sucena (dirs.), Dicionário da História de Lisboa (pp. 701–02), Sacavém: Carlos Quintas & Ass.

Scherpe, Klaus R. (2002). Nonstop nach Nowhere City? Wandlungen der Symbolisierung, Wahrnehmung und Semiotik der Stadt. In id., Stadt. Krieg. Fremde – Literatur und Kultur nach den Katastrophen (pp. 49–73), Tübingen / Basel: Francke,.

Shields, Rob (1996), A Guide to Urban Representation and What to do about it: Alternative Traditions of Urban Theory. In: Anthony D. King (ed.), Re-Presenting the City. Ethnicity, Capital and Culture in the 21st Century Metropolis (pp. 227–252). New York: NYU Press,.

Silva, Rodrigues da (1997), Cidade, minha cúmplice (entrevista com J. Cardoso Pires), Jornal de Letras, Artes e Ideias (19/11/97), Lisboa, 17–19.

Sirvent, Michel (2020), Jean Ricardou: vers un Nouveau Roman textuel, Acta fabula. Revue des parutions, 21(10), 1–35.

Weiss, Peter (1983). Ästhetik des Widerstands. Frankfurt / Main: Suhrkamp. [1ª eds. vol. 1: 1975; vol. 2: 1978; vol. 3: 1981]

Wilson, Elizabeth (1997), Looking Backward, nostalgia and the city. In: Westwood, Sallie & John M. Williams (eds.), Imagining cities: scripts, signs, memories (pp. 127–139). London: Routledge.

##submission.downloads##

Publicado

2025-09-26