AS INCOERENTES PERSONAGENS INSÓLITAS NAS NARRATIVAS CURTAS DE MIA COUTO: AS ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO NARRATIVA E OS NOVOS DISCURSOS FANTÁSTICOS
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_4_6Palavras-chave:
Estudos Narrativos, insólito ficcional, categorias da narrativa, personagem, Mia CoutoResumo
Os estudos do discurso fantástico – lato sensu – na contemporaneidade têm voltado seu olhar crítico não tanto para os mesmos índices observados anteriormente por Todorov e seus coetâneos, que insistiram na instauração da ambiguidade, dúvida ou hesitação mantida para além do desfecho da história, senão que para a manifestação do insólito ficcional – identificado, ora, como categoria, ora, como gênero, ainda como efeito e assim por diante –, que passaria a ser visto como marca distintiva e essencial à literatura fantástica. Segundo essa perspectiva teórica, o insólito emergiria no seio da narrativa a partir de estratégias empregadas na elaboração do texto, implicando traços incoerentes na configuração de uma ou mais das categorias básicas da narrativa – personagem, tempo, espaço e ação –, que não se apresentaria(m) em consonância com as expectativas do modelo real-naturalista – comprometido com a representação referencial da realidade exterior. Entendendo-se que, dentre as demais, a personagem seja a categoria de maior relevância para a consumação do relato, dar-se-á, aqui, primazia à sua configuração insólita, com privilégio para narrativas em que a personagem surja antecipada no título, preferencialmente com referenciação direta ou indireta ao caráter insólito que a envolve. Tal fenômeno ficcional é comum em grande parte das narrativas curtas do escritor moçambicano Mia Couto, dentre as quais, elegeu-se para a presente leitura, que se sugere seja paradigmática, “O não desparecimento de Maria Sombrinha”, texto com que o escritor abre seu volume Contos de nascer da terra.
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