VIAGEM(S), HISTÓRIA(S) E ESPAÇO(S) EM GONÇALO M. TAVARES: TRAVESSURAS E TRAVESSIAS FICCIONAIS

Autores

  • Ana Isabel Correia Martins Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Maître de Langues – Université de Rennes 2

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-847X_8_9

Palavras-chave:

viagem, histórias, vizinhança, Post-Modernismo, hipercontemporaneidade, Gonçalo M. Tavares

Resumo

Gonçalo M. Tavares tem a consciência aguda da inextricabilidade do bem e do mal na natureza humana e assumindo esse pano de fundo, a nossa análise incide sobre três obras em particular: Uma Viagem à índia, Histórias Falsas e o Bairro (O Senhor Calvino). No seu universo ficcional, desfila uma galeria de personagens pós-modernas que são frágeis, traumatizadas, obsessivas, angustiadas pela culpa e pelo tédio mas que não deixam de convocar as heranças epistémicas da Antiguidade Clássica, neste processo de aemulatio e variatio. O presente estudo procura dar um contributo na análise da matriz temática e estético-literária do autor, na sua tendência para a representação das sombras e do lado mais indefensável do ethos do indivíduo, nas suas disforias e distopias. A par, tentaremos demonstrar que Gonçalo M. Tavares se insere na tendência da ficção portuguesa chamada hipercontemporânea, mapeando as principais coordenadas deste itinerário. A narrativa privilegia aquilo que é múltiplo, plural, heterogéneo e ambíguo derrogando o que é uno, indivisível e dando lugar a muitas dialéticas e a dinâmicas de justaposição, disjunção, numa predileção clara pela natureza ensaística e pelo fragmento.

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Publicado

2018-11-28