“Entre séculos”: para uma abordagem histórico-literária da poesia portuguesa entre o Barroco e a Ilustração
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_9_1Palavras-chave:
entre séculos, Barroco, Ilustração, nova história literária, modelos historiográficosResumo
Questionando a aplicabilidade do modelo periodológico das histórias romântica e positivista ao estudo da poesia portuguesa dos sécs. xvii-xviii, este texto pretende indagar sobre novas possibilidades metodológicas surgidas no domínio da teorização contemporânea. Teremos, assim, em consideração um âmbito particular, visando o contexto literário entre Barroco e Ilustração (Bègue, Ruiz Pérez); a que somamos o âmbito geral da historiografia literária contemporânea, no qual se propõem novas abordagens temáticas e modelos alternativos de configuração do sentido (Bourdieu, Greenblatt, Valdés).
Em suma, procuramos levar a efeito uma revalorização da literatura setecentista através dos instrumentos da nova história literária. História Literária que, através da assimilação de um conjunto de novas perspetivas (sociológicas e hermenêuticas), se nos afigura como percurso renovado, capaz de responder aos desafios institucionais e críticos que a constituem.
Downloads
Referências
Barthes, Roland (1960). “Histoire et littérature: à propos de Racine”. Annales, Économies, Sociétés, Civilisations. 15.3: 524-537.
Bègue, Alain (2010). “Albores de un tiempo nuevo: la escritura poética de entre siglos (XVII-XVIII)”, in Aurora Egido e José Enrique Laplana Gil (coord.), La luz de la razón: literatura y cultura del siglo XVIII: a la memoria de Ernest Lluch. Zaragoza: Instituto “Fernando El Católico”. 97-121.
Bernardo, Luís Manuel A. V. (2002). O essencial sobre Martinho de Mendonça. Lisboa: IN-CM.
Bourdieu, Pierre (1995). Las reglas del arte, génesis y estructura del campo literario. Traducción de Thomas Kauf. Barcelona: Editorial Anagrama [1992].
Braga, Teófilo (1901). História da Literatura Portuguesa – Filinto Elísio e os dissidentes da Arcádia. Porto: Chardron.
Calafate, Pedro (dir.) (2001). História do Pensamento Filosófico Português, vol. III (As Luzes). Lisboa: Caminho.
Chartier, Roger (2000). Entre Poder y Placer, Cultura escrita y literatura en la Edad Moderna. Madrid: Cátedra.
Couturier, Maurice (1995). La figure de l’auteur. Paris: Seuil.
Cunha, Carlos Manuel Ferreira da (2002). A construção do discurso da história literária na literatura portuguesa do século XIX. Braga: Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho.
__ (2004). “A crise e o retorno da história literária”, in Carlos Mendes de Sousa e Rita Patrício (org.), Largo mundo alumiado: estudos em homenagem a Vítor de Aguiar e Silva. Braga: Universidade do Minho, Centro de Estudos Humanísticos. 159-175.
Cunha, Norberto Ferreira da (2006). Elites e académicos na cultura portuguesa setecentista. Lisboa: IN-CM.
Duarte, Marta Marecos (2016). “A poesia barroca nos manuais e antologias escolares: Descentrar o cânone?”. Revista de Estudos Literários, n.º 6, “Eça e Machado: Diálogos transatlânticos”. 401-421.
__ (2018). “Mitos y representaciones del autor entre el sombrío ‘gosto melancólico’ tardobarroco y el esplendor de las Luces: una perspectiva ibérica”. Studi Ispanici, n.º 43, “Sociología de la Literatura Hispánica: el autor y la institución literaria”. 331-349.
Even-zohar, Itamar (1990). “Polysystem studies”, Poetics today, International Journal for Theory and Analysis of Literature and Communication, vol. 11.1.
Ferraz, Maria de Lourdes A. (2003). “Da Arcádia ao Romantismo: a poesia entre o drama e a narrativa”, in Maria Leonor Machado de Sousa, Marion Ehrardt, José Esteves Pereira (coord.), Alcipe e a sua Época. Lisboa: Edições Colibri/Fundação das Casas de Fronteira e Alorna. 9-19.
Ferreira, Inácio Garcês (1731). [Notas e aparato], in Luís de Camões. Lusiada Poema Epico de Luis de Camoës Principe dos Poetas de Espanha, Com os Argumentos de Joaõ Franco Barreto, Illustrado com Varias, e Breves Notas, e com hum precedente Apparato do que lhe pertence, por Ignacio Garcez Ferreira entre os Arcades Gilmedo a El-Rei D. Joaõ V. Nosso Senhor. Tomo I. Nápoles: Officina Parriniana. 1-135.
Foucault, Michel (1969). L’Archéologie du savoir. Paris: Gallimard.
García aguilar, Ignacio (ed.) (2009). Tras el canon. La poesía del barroco tardío. Vigo: Editorial Academia del Hispanismo.
Garrett, Almeida (1826). “Bosquejo da história da poesia e língua portuguesa”, in Parnaso Lusitano ou Poesias Selectas dos Autores Portugueses Antigos e Modernos. Paris: J. P. Aillaud. vol. I: i-lxvii.
Goldberg, Jonathan (1983). James I and the Politics of Literature: Jonson, Shakespeare, Donne, and Their Contemporaries. Baltimore and London: The Johns Hopkins University Press.
Greenblatt, Stephen (1980). Renaissance self-fashioning: from More to Shakespeare. Chicago: University of Chicago Press.
__ (1995). “Culture”, in Frank Lentricchia and Tomas McLaughlin (eds.). Critical Terms for Literature Study. Chicago: University of Chicago Press. 225-232.
__ (2005). “¿Qué es la historia literaria?”, in Stephen Greenblatt, M. J. Valdés San Martín et al., Teorías de la historia literaria. Luis Beltrán Almería y José Antonio Escrig (Introducción, compilación de textos y bibliografía). Madrid: Arcos. 91-121.
Greenblatt, S., valdés san martín, M. J. et al. (2005). Teorías de la historia literaria, Luis Beltrán Almería y José Antonio Escrig (Introducción, compilación de textos y bibliografía). Madrid: Arcos.
Jakobson, Roman (1960). Style in language. Linguistics and Poetics. Thomas A. Sebeok (ed.). New York/London: The Techonology Press of M.I.T. and John Wiley & Sons, Inc..
Lorenzo álvarez, Elena de (2017). “Introducción”, in Elena de Lorenzo Álvarez (coord.), Ser autor en la España del siglo XVIII. Gijón: Ediciones Trea. ix-xiv.
Magallón, Jesús Pérez (2002). Construyendo la modernidad: la cultura española en el Tiempo de Los Novatores (1675-1725). Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas.
Marnoto, Rita (2010). História Crítica da Literatura Portuguesa, vol. IV (Neoclassicismo e Pré-Romantismo). Carlos Reis (dir.). Lisboa: Verbo.
Mendes, Margarida Vieira (1999). “Baroque Literature Revised and Revisited”, in Miguel Tamen and Helena Buescu (coords.), A Revisionary History of Portuguese Literature. New York and London: Garland Publishing. 58-78.
Monteiro, Ofélia Milheiro Caldas Paiva (1963). No alvorecer do “Iluminismo” em Portugal, D. Francisco Xavier de Meneses 4.º Conde da Ericeira, Separata da Revista de História Literária de Portugal, Ano I, vol. 1, 1962, Coimbra.
Mota, Isabel Ferreira da (2003). A Academia Real da História, Os intelectuais e o poder monárquico no séc. XVIII. Coimbra: Minerva Coimbra.
Nemésio, Maria Inês (2012). “«Exemplares Novelas» e «Novelas Exemplares»: Os Paratextos da Ficção em Prosa no Século XVII”. Via Spiritus. 19: 171-230. Disponível em https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10983.pdf (consultado em 01/12/2016).
Patterson, Annabel (2005). “La investigación histórico-literaria”, in Stephen Greenblatt, M. J. Valdés San Martín et al., Teorías de la historia literaria. Luis Beltrán Almería y José Antonio Escrig (Introducción, compilación de textos y bibliografía). Madrid: Arcos. 67-90.
Patterson, Lee (2005). “Historia Literaria”, in Stephen Greenblatt, M. J. Valdés San Martín et al., Teorías de la historia literaria, Luis Beltrán Almería y José Antonio Escrig (Introducción, compilación de textos y bibliografía). Madrid: Arcos. 47-66.
Pereira, Paulo Silva (2018). “Poesía, autorrepresentación autorial y práctica metaliteraria en Francisco Manuel de Melo y Manuel de Faria e Sousa”. Atalanta. 6. 2: 117-161.
Pires, Maria Lucília Gonçalves e José Adriano de carvalho (2001). História Crítica da Literatura Portuguesa, vol. III (Maneirismo e Barroco). Carlos Reis (dir.). Lisboa/São Paulo: Editorial Verbo.
Plagnard, Aude (2017). “A conversão de Manuel de Faria e Sousa ao antigongorismo na constituição de um campo literário lusocastelhano”. e-Spania, Revue interdisciplinaire d’études hispaniques médiévales et modernes. 27, disponível em https://journals.openedition.org/e-spania/26742 (consultado em 10/02/2019).
Remédios, Joaquim (1921). História da Literatura Portuguesa desde as origens até à actualidade, 5.ª edição, Lisboa: Lumen empresa internacional editora.
Ruiz pérez, Pedro (2009). La rúbrica del poeta. La expresión de la autoconciencia poética de Boscán a Góngora. Valladolid: Universidad de Valladolid, Secretariado de Publicaciones e Intercambio Editorial.
__ (2013). “Para la historia y la crítica de un período oscuro: la poesía del bajo barroco”. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, disponível em http://www.cervantesvirtual.com/obra/para-la-historia-y-la-critica-de-un-periodo-oscuro--la-poesia-del-bajo-barroco/ (consultado em 3/10/2017).
__ (coord.) (2018). Studi Ispanici, XLIII, (Sociología de la Literatura Hispánica: el autor y la institución literaria). Pisa. Roma Fabrizio: Serra editore.
Saraiva, A. J. e Óscar lopes (2005). História da Literatura Portuguesa. 17.ª edição, Lisboa: Porto Editora.
Silva, Vítor Manuel Pires de Aguiar e (2002). Teoria da Literatura.
8.ª edição, Coimbra: Livraria Almedina [1986].
Tavares, Rui (2018). O censor iluminado: ensaio sobre o séc. XVIII e a revolução cultural do Pombalismo. Lisboa: Tinta da China.
Valdés san martín, M. J. (2005). “Historia de las culturas literarias: alternativa a la historia literaria”, in Stephen Greenblatt, M. J. Valdés San Martín et al., Teorías de la historia literaria, Luis Beltrán Almería y José Antonio Escrig (Introducción, compilación de textos y bibliografía). Madrid: Arcos. 123-218.
Verney, Luís António (1746). Verdadeiro Metodo de Estudar, para ser Util à Republica, e à Igreja: Proporcionado ao Estilo, e Necessidade de Portugal. Exposto em Varias Cartas, Escritas polo R. P. Barbadinho da Congregasam de Italia, ao R. P. Doutor na Universidade de Coimbra. Tomo i. Valença: Oficina de Antonio Balle.
##submission.downloads##
Publicado
Edição
Secção
Licença

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.