Reis Ventura, a imaginação do império e a subjetividade colonial
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_9_9Palavras-chave:
Reis Ventura, romance colonial, imaginação histórica, ideologia, subjetividade coletivaResumo
Este estudo é uma releitura da obra de Reis Ventura (1910-1988), alicerçada na historiografia do império, que reinterpreta os romances do autor a partir do ‘homem português’, da dimensão político-económica do império, da ‘cultura portuguesa’ e da sua expressão colonial. É na (inter)relação entre estes níveis e na sua integração que se expressa na literatura de Reis Ventura o projeto metafísico e utópico do império Português. Publicados nas páginas de A Província de Angola, os romances de Reis Ventura traduziram e disseminaram a ideologia e os mitos do império português em África, contribuindo para uma representação histórica imaginada do império, para a constituição da utopia colonial e da subjetividade coletiva dos portugueses.
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