Contos de Costa Andrade como retrato documental do reordenamento rural no planalto central
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_9_10Palavras-chave:
historicidade, contexto, contos, documentos, reordenamento ruralResumo
O estudo de documentos que fornecem dados e descrevem factos reportando o processo de reordenamento rural na década de 60 em Angola permite estabelecer conexões suscetíveis de caucionar a dimensão histórica dos contos de Estórias de contratados, de Costa Andrade.
Em finais de 1967, o Governo-Geral da Província de Angola instruiu a Junta de Povoamento para superintender operações de reordenamento rural das populações, transferindo-as para zonas agrícolas escolhidas e assentando-as em aldeias vigiadas (campos de reagrupamento). O Planalto Central, concretamente a localidade de Bailundo (no distrito do Huambo), oferecia condições propícias para uma experiência inicial por algumas razões: em função do contexto político, devido à sua posição geográfica, por se tratar de uma região essencialmente agrícola e por ser a mais povoada.
Estórias de contratados textualiza o processo de emigração das populações: ou forçadas pela administração colonial, ou por vontade própria, dada a procura de terras para cultivar. A partir dos dados que os documentos fornecem, a nossa perspetiva de estudo consiste em descrever a significação do texto a fim de compreender a sua historicidade.
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