A memória histórica enquanto instrumento de controlo durante o Estado Novo. O exemplo do antissemitismo

Autores

  • João Paulo Avelãs Nunes FLUC e CEIS20/UC

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-8925_34_6

Palavras-chave:

Estado Novo, memória histórica, antissemitismo, darwinismo social, nacionalismo

Resumo

Viso analisar as modalidades e as consequências da utilização da historiografia e da memória histórica enquanto instrumentos de controlo. Considerar-se-ão vetores de estruturação da identidade histórico-cultural que o Estado Novo tentou impor e dar-se-á atenção à problemática do antissemitismo. Procurar-se-á correlacionar estas questões com o debate acerca da natureza da ditadura lusa.
Parto do pressuposto de que, devido à personalidade dos dirigentes e aos equilíbrios internos do regime, às características do país e do respetivo contexto internacional, também na regionalidade cultural o Estado Novo optou por impor uma solução formalmente moderada. Tratar-se-ia, na aparência, de uma memória histórica pouco ideológica, escassamente diferenciada das narrativas antes dominantes e não marcada pelo antissemitismo. Foi consubstanciada através do historicismo neometódico.
Defendo, ainda, que, partindo de uma Ditadura Militar, opondo-se à Primeira República e, quer a uma solução democrática, quer a um figurino «socialista», o Estado Novo configurou-se enquanto fascismo. Essa mesma classificação é válida apesar de António de Oliveira Salazar e de a maioria dos dirigentes intermédios do regime terem proclamado a existência de limites religiosos, éticos e legais no que concerne ao exercício da violência e à operacionalização de modalidades de enquadramento da «sociedade civil».

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Publicado

2016-11-18

Edição

Secção

Artigos