FESTA E FRONTEIRA: AS CELEBRAÇÕES INTERSTICIAIS DO QUILOMBO DE CONCEIÇÃO DAS CRIOULAS
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-8925_35_17Palabras clave:
Festa, fronteira, quilombo, interculturalidade, identidadeResumen
O presente artigo explora os vínculos entre festa, identidade e resistência, baseando-se na trajetória do quilombo pernambucano de Conceição das Crioulas e a partir do conceito de fronteira – aqui entendido como um instável espaço intersticial de encontro e articulação. Através da discussão de três aspetos – a festa de Sábado de Aleluia, a novena de Nossa Senhora da Assunção e a comemoração abrangente dedicada à santa – busca identificar fenômenos tipicamente fronteiriços, em termos intra e interculturais, sinalizando para o papel da festa para a manutenção dos elos identitários e para a negociação e afirmação perante o «outro». No primeiro momento, discute-se a fluidez do espaço fronteiriço através da celebração de Semana Santa realizada na exata fronteira geográfica que divide o território quilombola e o território indígena Atikum, de quem a comunidade é vizinha. No segundo momento, analisa-se a cerimônia
de passagem de testemunho realizada nas noites de novena de Nossa Senhora da Assunção, quando cada subgrupo que compõe o quilombo reafirma seu pertencimento a Conceição das Crioulas. No terceiro momento, é discutido o papel da celebração de Nossa Senhora da Assunção perante o «outro» externo à comunidade, explorando-se desde as origens do protagonismo dos quilombolas sobre a festa até as suas grandes dimensões atuais, de maneira a reunir uma variada gama de atores.
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