Corpos femininos como fator de risco social: análise da espacialidade da vulnerabilidade de gênero entre jovens estudantes
DOI:
https://doi.org/10.14195/1647-7723_31-extra1_5Palavras-chave:
Educação geográfica, vulnerabilidade, gêneroResumo
Este trabalho discute as contribuições da educação geográfica para a análise da espacialidade da vulnerabilidade de gênero entre jovens estudantes de uma escola da rede pública, em São João del-Rei, Brasil. Para isso, desenvolveu-se um percurso educativo geográfico, intitulado 'Geoficinas’, que leva em consideração as geografias, espacialidades e o cotidiano das alunas. Esse percurso educativo fundamenta-se nos princípios do raciocínio geográfico e nas contribuições das epistemologias das Geografias Feministas. Por meio das metodologias de pesquisa-ação e leitura dos espaços geossimbólicos foram analisadas as falas, percepções, vivências e narrativas das jovens estudantes em relação à dimensão espacial do risco social decorrente da desigualdade de gênero. Os resultados revelam que a maioria das estudantes já sofreu ou sofre violência de gênero e que elas demonstram-se engajadas em ações de segurança e prevenção. Esses fatos destacam a importância de se considerar o espaço da escola como lócus onde se dialoga e se reproduz diversos elementos que costuram a sociedade.
Downloads
Referências
Abellan-Perpiñan, J. M. (2010). Los riesgos sociales y su percepción. Murcia: eysiec. Disponivel em: https://digitum.um.es/xmlui/bitstream/10201/12715/1/esyec%20investigacion%202010_05.pdf. acesso em: 15 de março de 2023.
Almeida, L. Q. (2011). Por uma ciência dos riscos e vulnerabilidades na geografia. Mercator, Fortaleza, v. 10, n. 23, 83-99.
Bauman, Z. (2014). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar editora.
Beck, U. (1998). Risikogesellschaft. Aufdem weg in eine andere moderne. Frankfurt: Suhrkamp, 1986. in: Alexandre, agripa f. A dinâmica da sociedade de risco segundo Anthony Giddens e Ulrich Beck. geosul, florianópolis, v.15, 0.30, 150-167.
Blaikie, P. (1996). Vulnerabilidad: el entorno social, político y económico de los desastres. Bogotá, la red.
Blaikie, P., Cannon, T., Davis, I., Wisner, B. (2004). At risk: natural hazards, people’s vulnerability, and disasters. 2. ed. London: Routledge, 471 p.
Butler, J., Miller J. (2017). Social risk and the dimensionality of intentions. Management Science, Março, 1-55.
Butler, J. (2018). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora José Olympio.
Callai, H. C. (2010). A geografia ensinada: os desafios de uma educação geográfica. Moraes, emb; moraes, lb formação de professores: conteúdos e metodologias no ensino de geografia. Goiânia: Nepec, 15-37.
Canil, K. (2021). Vulnerabilidades, riscos e justiça ambiental em escala macro metropolitana. Mercator (fortaleza).
Canil, k., Lampis, A., Santos, K. L. dos (2020). Vulnerabilidade e a construção social do risco: uma contribuição para o planejamento na macrometrópole paulista. Cadernos Metrópole, v. 22, 397-416.
Castro, F. V. de, Fernandes, J. L. J. (2019). Territórios quotidianos, riscos sociais e vulnerabilidade da população: análise preliminar do conceito de urbicídio. In Lourenço, L., Vieira, A. (coord.) Catástrofes Antrópicas. Uma aproximação integral, volume VIII, Série Riscos e Catástrofes. IUC - Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 413-433. DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1867-8_9
Cavalcanti, L. de S. (2019). Pensar pela geografia: ensino e relevância social. Goiânia: com alfa comunicação, 121-139.
Cavalcanti, L. de S. (2016). Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, v. 1, 2002. O olhar geográfico em formação: jovens estudantes de geografia e desafios urbanos contemporâneos. Paula, af de assis, Cavalcanti, Lana de Souza, Pires, lm (org.) os jovens e suas espacialidades. Goiânia: Editora Espaço Acadêmico, 121-142.
Cavalcanti, L. de S. (2012). A geografia escolar e a cidade: ensaios sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana. 3. ed. Campinas, sp: papirus.
Cavalcanti, L. de S. (2013). O ensino de geografia na escola. Campinas: papirus.
Cavalcanti, L. de S. (2002). Geografia e práticas de ensino. Goiânia: alternativa.
Corrêa, R. L., Rosendahl, Z. (2012). Geografia Cultural: uma antologia. Scielo-eduerj.
Crenshaw, K. W. (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 1, 171–188.
Foucher, M. (1989). Lecionar a geografia, apesar de tudo. in: vesentini, j. w. (org.). Geografia e Ensino: textos críticos. ed. Campinas, papirus.
Gird 10+ (2021). Caderno técnico de gestão integrada de riscos e desastres. Coordenação: Samia nascimento Sulaiman. 1 ed. brasília, df. Ministério desenvolvimento regional: secretaria nacional de proteção e defesa civil.
Gomes, P. C, da C. (2017). Quadros Geográficos. Uma forma de ver, uma forma de pensar. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Gomes, P. C, da C. (2013). O lugar do olhar: elementos para uma geografia da visibilidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, v. 2103.
Gomes, P. C, da C. (2009). Um lugar para a geografia: contra o simples, o banal e o doutrinário. Espaço e Tempo: complexidade e desafios do pensar e do fazer geográfico. Curitiba: associação de defesa do meio ambiente e desenvolvimento de antonina (ademadan), p. 13-30.
Gomes, P. C, da C. (2002). A condição urbana: ensaios de geopolítica da cidade. Bertrand, Brasil.
Gomes, P. C, da C. (1997). Explorações Geográficas: percursos no fim do século.
Guareschi, N. M., Reis, C. D., Huning, S. M., & Bertuzzi, L. D. (2007). Intervenção na condição de vulnerabilidade social: um estudo sobre a produção de sentidos com adolescentes do programa do trabalho educativo. Estudos e pesquisas em psicologia, 7(1), 20-30.
Haraway, D. (1995). Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, 7-41.
Hooks, B. (2017). Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. 2ª edição.
Le Breton, D. (2010). A sociologia do corpo. 4.ed. Rio de Janeiro: vozes.
Lourenço, L. (2015). Risco, perigo e crise: pragmatismo e contextualização. in: Siqueira, A., Valencio, N., Siena, M., Malagoli, M. A. Riscos de desastres relacionados à água. Aplicabilidade de bases conceituais das ciências humanas e sociais para a análise de casos concretos. São Paulo: Rima Editora, 3-43.
Lourenço, L., Amaro, A. (2018). Riscos e crises: da teoria à plena manifestação, volume VI, Série Riscos e Catástrofes. Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 523 p. DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1697-1
Louro, G. L. (2010). Pedagogias da sexualidade. in: Louro, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 7-34.
Mendes, J. M. (2015). Sociologia do risco. Uma breve introdução e algumas lições, volume II, Série Riscos e Catástrofes, Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 106 p. DOI: http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-1066-5
Moreira, R. (2015). Pensar e ser em geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. 2. ed. São Paulo: Editora Contexto.
OMS - Organização Mundial da Saúde (2020). Estudio multipaís de la OMS sobre salud de la mujer y violencia doméstica contra la mujer. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topics/violence-against-women
Pereira, A. de O. M. (2023). Corpos femininos como fator de risco social: Eudcação Geográfica para a análise espacial da vulnerabilidade de gênero entre jovens alunas (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Geografia. Universidade Federal de São João del-Rei. Disponível em: https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/ppgeog/CORPOS%20FEMININOS%20COMO%20FATOR%20DE%20RISCO%20SOCIAL%20EDUCACAO%20GEOGRAFICA%20PARA%20A%20ANALISE%20ESPACIAL%20DA%20VULNERABILIDADE%20DE%20GENERO%20ENTRE%20JOVENS%20ALUNAS.pdf
Pereira, A. de O. M., Giarola, L. L., Souza, C. J. de O. (2022). Contribuições do risco social na elaboração de um boletim geográfico educativo intitulado “vulnerabilidade e pandemia da covid-19”. Estudos geográficos: Revista Eletrônica de Geografia, v. 20, n. 2, 278-279
Richter, D. (2017). A linguagem cartográfica no Ensino de Geografia. Revista Brasileira de Educação em Geografia, 7(13), 277–300.
Seemann, J. (2003). Mapas, mapeamentos e a cartografia da realidade in: Revista Geografares, n. 04, 49-60.
Silva, J. M., Ornat, M. J., Chimin, A. B. J. (2013). Geografias Malditas: corpos, sexualidades e espaço. Ponta Grossa: Todapalavra, 400 p.
Silva, J. M. (2009). Geografias Subversivas: discursos sobre espaço, gênero e sexualidades. Ponta grossa: Todapalavra, 313 p.
Veyret, Y. (2007). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. in: Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. 319 p.
##submission.downloads##
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Territorium
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
