A recepção do epos clássico vergiliano no poema sacro e tragicômico Eustachidos, dado como do Frei Manuel de Santa Maria Itaparica
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-1718_79_7Palavras-chave:
Recepção dos Clássicos, América Portuguesa, Épica vergiliana, EustachidosResumo
O presente artigo propõe-se uma análise do poema sacro e tragicômico Eustachidos, dado como do Frei Manuel de Santa Maria Itaparica, tendo em vista a configuração genérica da obra, segundo preceptistas como Torquato Tasso (1964), Giovanni Savio (1601) e Francisco José Freire (1759), e a sua recepção dos modelos épicos clássicos vergilianos das Geórgicas e da Eneida. Atentos aos sistemas práticos de representação que integravam o campo discursivo do Setecentos américo-português, buscamos soluções retórico-poéticas e teológico-políticas para a definição genérica da obra como sendo sacra e tragicômica e para o decoro das res e dos uerba no poema ao emular ora o modelo épico das Geórgicas, ora o modelo épico da Eneida, pondo em cena operações dinamizadas com a tradição, cujos efeitos representativos acreditamos serem análogos ao de um alexandrinismo já previsto nas composições poéticas clássicas. Cremos que o cuidado com esses resíduos chegados até nós, mas ainda relegados de maiores atenções, é importante na medida em que complexifica o nosso entendimento sobre as práticas letradas do Setecentos américo-português e sobre o funcionamento de seu campo discursivo colonial.
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