Investigações da invenção e reinvenção da memória

Authors

  • Bruno Gil

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-8681_3_19

Abstract

Resumo

O acto de investigar em arquitectura é ainda incerto. Se actualmente a sua pertinência tende a ser consensual, nem sempre o foi. Ainda são múltiplas as dúvidas quanto ao seu lugar num contexto do ensino da arquitectura e como pode contribuir para a transição entre aprendizagem e prática, clarificando relações entre teoria, história e projecto. É apenas na década de 1960 que se assiste a uma crescente instituição de centros de estudos em arquitectura que empreendem investigação. De forma independente, ou na Universidade, os métodos utilizados e objectivos vacilavam entre arte e ciência, e entre uma reinvenção da memória de forma retrospectiva e uma propensão prospectiva de invenção. 

Como argumento principal procuram-se especificidades da investigação para a arquitectura, ensaiando definições, no tipo e na escala de investigação, e aferindo a validade de enquadramento na arquitectura. Partindo de experiências embrionárias da Bauhaus, passando pelo Centre for Land Use and Built Form Studies ou pelo movimento Design Methods e chegando ao Institute for Architecture and Urban Studies, exploram-se inclinações para uma investigação do tipo fundamental ou aplicado. Concluindo, problematiza-se a mediação entre investigação fundamental, enquanto contribuição intra-disciplinar, e investigação aplicada, enquanto compromisso extra-disciplinar. Por isso importa a questão: que investigação a arquitectura quer?

Abstract

The act of research in architecture is still uncertain. Even if its relevance tends to be consensual, it has not always been so. Multiple doubts persist on its place in a context of architectural education and how it can contribute to the transition between learning and practice, clarifying relationships between theory, history and design. It is only in the 1960s that we witness a growing establishment of research centres that undertake studies in architecture. Independently, or within the University, methods and objectives vacillated between art and science, and between a reinvention of memory, retrospectively, and invention, prospectively.

As a main argument we seek specific features of research when applied to architecture, rehearsing definitions, of type and scale of research, and assessing their validity in the framework of architecture. Drawing on embryonic experiences from Bauhaus, to the Centre for Land Use and Built Form Studies or the Design Methods movement and reaching the Institute for Architecture and Urban Studies, we explore the inclination towards a basic or an applied type of research. Finally, we question the mediation between basic research, as intradisciplinary contribution, and applied research, while undertaking extradisciplinary compromises. Thus, it is important to question: which kind of research does architecture want?

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Author Biography

Bruno Gil

É arquitecto pelo Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em 2005. No seguimento da Prova Final de Licenciatura “Escola de Arquitectura, Hoje”, prossegue investigação naquela temática. Actualmente, desenvolve a tese de doutoramento “Centros de Investigação em Arquitectura – para uma investigação nas Escolas de Arquitectura no Século XXI” no Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra, com bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia. No Departamento de Arquitectura da FCTUC, colabora em disciplinas da área de Teoria e História, desde 2011. Co-fundador da revista NU, foi seu director entre 2003 e 2004.

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Published

2012-04-15