Narrativas sobre Eusébio na hora da sua morte
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-6019_8_5Palavras-chave:
Eusébio, herói, narrativa, biografia, futebolResumo
Eusébio morreu! Nos dias que se seguiram à sua morte os comentários e reações sucederam-se a um ritmo tão contagiante como foi o seu futebol. A comunicação social, quase que em exclusivo produziu conteúdos sobre esse tema. Recuperaram-se imagens do jogador, apresentaram-se testemunhos de diversas figuras públicas, na sua grande maioria ex-colegas, jogadores no ativo, políticos, artistas, e muitas pessoas anónimas que expressavam a sua emoção. Considerando o excecional desempenho futebolístico pelo SL Benfica e pela Seleção Nacional, que o converteu num herói desportivo, não é surpresa a comoção que a sua morte suscitou. Contudo, este é um herói inusitado: africano negro, nascido numa sociedade discriminatória colonial, chega a Lisboa e converte-se numa das mais populares figuras da sociedade portuguesa num período de guerra colonial. E esta condição de herói mantém uma perenidade que se estende até à hora da sua morte. As mensagens de condolências entretanto produzidas também fazem a exaltação do jogador, das suas qualidades humanas e desportivas, da sua importância social, da sua portugalidade e dimensão mundial. Este texto propõe-se percecionar, através dessas mensagens de condolências, pronunciadas aquando da morte de Eusébio, as representações que sobre ele foram produzidas, tomando como hipótese que no momento da sua morte, as mensagens de pesar reproduziram as narrativas que sobre o jogador foram produzidas ao longo dos anos, como se tivesse havido uma cristalização da sua representação simbólica.
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