O que se entrepõe entre a auto-aversão e os traços borderline?

A necessidade de cultivar autocompaixão em adolescentes de Portugal

Autores

  • Diogo Carreiras Universidade de Coimbra, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), Coimbra, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-2048-1895
  • Paula Castilho Universidade de Coimbra, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), Coimbra, Portugal.
  • Marina Cunha Universidade de Coimbra, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitiva e Comportamental (CINEICC); Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-8606_64-2_2

Palavras-chave:

Adolescência, Traços bordeline, Auto-compaixão, Auto-aversão, Mediação

Resumo

A Pertubação Borderline da Personalidade (PBP) é caracterizada por instabilidade emocional, relacionamentos intáveis, sentimentos de abandono e vazio, impulsividade e auto-dano. Uma auto-imagem instável é também uma característica borderline comum, muitas vezes marcada por auto-criticismo, auto-ódio e sentido de aversão direcionados a aspetos do eu. Considerando o percurso desenvolvimental da PBP, é essencial agir em idades precoces com adolescentes que denotam traços borderline crescentes e persistentes. Este estudo procurou testar o papel mediador da auto-compaixão na relação entre a auto-aversão e traços borderline em adolescentes portugueses. Os participantes foram 655 adolescentes portugueses (381 raparigas e 274 rapazes) com uma média de idade de 15.58 anos (DP = 1.51), que completaram questionários de autorresposta na escola. Os dados foram analizados através do SPSS e PROCESS Macro para realizar estatísticas descritivas, comparações, correlações e regressões. Os resultados mostraram que a autocompaixão mediou a relação entre a auto-aversão e os traços borderline. o modelo de mediação explicou 51% dos traços borderline e o género foi incluído como covariável, uma vez que as raparigas apresentaram maior auto-aversão e traços borderline e menor autocompaixão do que os rapazes. Estes resultados indicam que cultivar competências auto-compassivas em adolescentes pode ser um potencial mecanismo de regulação positivo para o efeito da auto-aversão nos traços borderline.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##submission.downloads##

Publicado

2021-12-28

Como Citar

Carreiras, D., Castilho, P., & Cunha, M. (2021). O que se entrepõe entre a auto-aversão e os traços borderline? A necessidade de cultivar autocompaixão em adolescentes de Portugal. Psychologica, 64(2), 51-64. https://doi.org/10.14195/1647-8606_64-2_2

Edição

Secção

Artigos

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>