O que se entrepõe entre a auto-aversão e os traços borderline?
A necessidade de cultivar autocompaixão em adolescentes de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.14195/1647-8606_64-2_2Palavras-chave:
Adolescência, Traços bordeline, Auto-compaixão, Auto-aversão, MediaçãoResumo
A Pertubação Borderline da Personalidade (PBP) é caracterizada por instabilidade emocional, relacionamentos intáveis, sentimentos de abandono e vazio, impulsividade e auto-dano. Uma auto-imagem instável é também uma característica borderline comum, muitas vezes marcada por auto-criticismo, auto-ódio e sentido de aversão direcionados a aspetos do eu. Considerando o percurso desenvolvimental da PBP, é essencial agir em idades precoces com adolescentes que denotam traços borderline crescentes e persistentes. Este estudo procurou testar o papel mediador da auto-compaixão na relação entre a auto-aversão e traços borderline em adolescentes portugueses. Os participantes foram 655 adolescentes portugueses (381 raparigas e 274 rapazes) com uma média de idade de 15.58 anos (DP = 1.51), que completaram questionários de autorresposta na escola. Os dados foram analizados através do SPSS e PROCESS Macro para realizar estatísticas descritivas, comparações, correlações e regressões. Os resultados mostraram que a autocompaixão mediou a relação entre a auto-aversão e os traços borderline. o modelo de mediação explicou 51% dos traços borderline e o género foi incluído como covariável, uma vez que as raparigas apresentaram maior auto-aversão e traços borderline e menor autocompaixão do que os rapazes. Estes resultados indicam que cultivar competências auto-compassivas em adolescentes pode ser um potencial mecanismo de regulação positivo para o efeito da auto-aversão nos traços borderline.
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