OS LUSÍADAS (EN)LIGHT(ENED). A ADAPTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE MEDIAÇÃO DOS CLÁSSICOS EM CONTEXTO ESCOLAR
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_3_5Palavras-chave:
adaptação, clássico, remediação, receção, Os LusíadasResumo
A vitalidade e a capacidade de autorregeneração que definem os clássicos como categoria estética fornecem a base teórica em que nos parece viável situar os fenómenos que procedem à sua releitura e remediação. As edições adaptadas a leitores mais novos constituem um mecanismo particular de remediação do clássico e a sua ocorrência implica a existência de um contexto que as justifica e a realização de procedimentos específicos de reescrita que afetam inevitavelmente a face discursiva, o circuito de receção e o lugar institucional do texto original. É também evidente que as adaptações de um texto reconhecido como clássico interferem no processo de atribuição e gestão institucional deste rótulo de prestígio, sendo portanto necessário reconhecer que lhes está reservado um papel na consolidação da avaliação estética subjacente a essa classificação. A análise dos paratextos que acompanham e justificam as edições adaptadas dá-nos importantes pistas para a compreensão destes produtos, que se destinam a oferecer, num só objeto, versões leves (light) e esclarecedoras (enlightening) de um clássico para manuseio de leitores jovens, sobretudo em contexto escolar. Partindo do exemplo d’Os Lusíadas e verificando as sucessivas versões adaptadas deste texto épico – o clássico português por excelência – publicadas durante o século XX, é possível identificar o protocolo subjacente à relação que se estabelece entre o original e os seus Ersatzen para consumo infantil e juvenil, funcionando os paratextos como lugares de afirmação da interdependência que decorre da simbiose em que o jogo canónico faz conviver o original e a sua adaptação.
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