EÇA INCONGRUENTE: NOTAS SOBRE CAMP E A PERFORMANCE LITERÁRIA DA MASCARADA
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-847X_6_15Palavras-chave:
Eça de Queirós, camp, máscaras literárias, estilização, queer, humorResumo
Ler a obra de Eça de Queirós através da teoria do camp evoca vários níveis de interpretação textual que permeiam os textos do autor. A forma como Eça brinca com a sensibilidade do camp é, na maior parte das vezes, desprovida do sentido político que, desde os anos 20, tem incluído conotações efeminadas de vertente homossexual, sobretudo em referências ao teatro e ao cinema. Pelo contrário, este estudo parte de uma compreensão mais ampla desta sensibilidade, o sentido mais geral e original do camp e a forma como ressoa em ações e gestos exagerados, de uma estilização excessiva, no contraste entre um conteúdo menos significante e uma forma elaborada, justaposições incongruentes de estilo, estética, classe e circunstâncias, e, de uma forma cómica, a sem-vergonha com que a máscara do camp propõe uma alternativa ao riso moral e socialmente correto. Por último, esta investigação pretende abrir vias de discussão que possam considerar o camp avant la lettre um novo ponto de contacto entre a obra finissecular de Eça de Queirós e outros escritores da época que da mesma forma enfatizam o imaginário, as máscaras literárias, e os fingimentos narrativos, num processo semelhante ao engenhoso processo do diálogo camp queirosiano.
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