Escrita e Segredo. Correspondência amorosa de uma aristocrata nos primeiros anos da Guerra da Restauração
DOI:
https://doi.org/10.14195/1645-2259_4_4Resumo
As cartas de amor impõem-se como género literário a partir do Renascimento. Dadas como autênticas, estas não deixavam de comportar uma certa margem de ilusão e falsidade, para os seus autores e leitores.
À margem do olhar literário, a verdadeira correspondência amorosa conserva as marcas do segredo, assinala um processo de enamoramento e evoca um quotidiano ausente, entrevisto apenas por um dos elementos do casal. Assim, as cartas de D. Joana de Vasconcelos de Meneses para o seu marido, em campanha militar no Alentejo, remetem para a tempestuosa conjuntura de inícios da Guerra da Restauração, dão a conhecer inúmeros aspectos curiosos da vida cortesã e respondem à exigência de definição de género, num quadro múltiplo de interacções familiares, sexuais e sociais.
Elemento fundamental de identidade cultural, a correspondência de D. Joana de Vasconcelos e Sousa demonstra que, na mesma época em que desponta a arte da galanteria e do amor galante, algumas mulheres nobres portuguesas gozam de efectiva liberdade em matéria de trocas amorosas e de um real protagonismo social e político, nos bastidores da Corte.
Downloads
##submission.downloads##
Publicado
Edição
Secção
Licença

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Los autores conservan los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de primera publicación, estando el trabajo simultáneamente bajo la Licencia de Atribución de Creative Commons que permite compartir el trabajo con el reconocimiento de la autoría y la publicación inicial en esta revista.