A lógica do poder no Livro de vertuosa benfeytoria
DOI:
https://doi.org/10.14195/1645-2259_16_4Palavras-chave:
Poder político, auctoritas, domínio, benefícioResumo
Organizado em torno de uma estrutura especular, a Vertuosa Benfeytoria apresenta‑nos uma teoria do poder que se ancora na tradição dos grandes textos chave da filosofia política medieval, concebendo o poder como instituído originariamente por Deus, e desdobrando uma diferenciação entre poder e uso do poder, entre Poder-Instituição e Governante. Poder em abstrato que se desdobra em três tipos diferentes de concretização efetiva: Auctoritas, Dominium e Poder Político, sendo o Poder Político o correlato da sociedade humana organizada, cuja encarnação numa forma determinada de regime – a monarquia – se procura naturalizar, de modo a apresentá-la como tipo único e necessário do governo dos homens, governo esse orientado para o bem comum da coletividade, e no seio do qual o governante se apresenta menos como detentor de direitos do que como obrigado a deveres. Oficium que impõe preceitos cuja inobservância pode conduzir à deposição do detentor do uso do poder. Prevalência do bem comum que não impede que a sociedade se organize em torno de uma desigualdade fundamental e naturalizada. No fim, uma utopia: o retorno à inocência das origens, com a abolição do poder político, e a emergência de um poder sem poder, fundado no amor e na dádiva.
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