Da Escola em Crise
Por que razão a Escola nasceu há 5.000 anos e por que razão terá que renascer
DOI:
https://doi.org/10.14195/1647-8614_53-2_1Palavras-chave:
História da Educação, epistemologia, Escola, evolucionismoResumo
Postula-se neste ensaio a existência de duas revoluções que constituíram dois pontos de viragem no evolutivo da Humanidade e que dependeram ambas da criação de conhecimento estruturado para se implementarem. A primeira, simbolizada pela «tabuinha de barro» utilizada literalmente nas primeiras escolas, esteve na origem da «invenção» da Escrita, assim como da Escola, criada justamente para a ensinar. A segunda, simbolizada por um dispositivo, a «tabuinha de silício», que representa por sua vez o Computador hoje omnipresente, estará a decorrer neste momento. Esta última, tendo possivelmente sido deixada em estado ignescente pela Revolução Científica iniciada por Galileu, fazendo em todo o caso parte de um movimento universal de emancipação pelo conhecimento, não tem conseguido despertar um grande interesse na Psicologia, nas Ciências da Educação e, de um modo geral, nas ciências sociais e humanas. Ocupadas sobretudo com as manifestações, os sinais ou os sintomas desse mesmo fenómeno, arriscam-se neste momento crítico a passar ao lado das suas causas, perdendo com isso oportunidades únicas de reflexão e de intervenção. Tanto mais necessárias, quanto esta segunda magna revolução está também a criar desconhecimento, desinformação ou ruído — a par de um volume de conhecimentos nunca antes visto na história da Humanidade. Será cada vez mais necessário educar as novas gerações, no sentido de as dotar de ferramentas cognitivas que lhes permitam navegar no oceano quase infinito de «bits» trazido pelas tecnologias de informação; em vez de se perderem ou se deixarem soçobrar pelos superavits criados; ajudando-as, ao mesmo tempo, a evitar os escolhos (em especial os comportamentos de dependência) causados pelas relações entre tais dispositivos e o sistema hedónico do cérebro.
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