Retraduzir a Obra para Traduzir o Rascunho: Tradução da Poética dos Rascunhos em Mon coeur mis à nu, de Charles Baudelaire
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-8830_3-1_9Palavras-chave:
poética do rascunho, Mon coeur mis à nu, Charles Baudelaire, Estudos da Tradução, retradução.Resumo
Mon coeur mis à nu é, tal qual o Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, ou Pensées, de Pascal, uma obra inacabada, formada por notas dispersas, provisórias, por vezes incompletas. Utilizando a noção de poética do rascunho, podemos considerar que Mon coeur mis à nu constitui-se na e pela incompletude: o provisório e o inacabado são constitutivos dessa poética. Busca-se, a partir daí, discutir e elaborar um modo de traduzir Mon coeur mis à nu tomando por base precisamente sua dimensão processual e incompleta, buscando-se evidenciar as múltiplas possibilidades de ordenação e estruturação do texto, além de igualmente evidenciar a própria materialidade dessa escritura, isto é, o manuscrito, rasuras etc. Para tanto, recorre-se ao hipertexto, estratégia tradutória e editorial que permitiria uma leitura rizomática e multicursal desse material, levando o leitor a se experimentar o assombramento e a “monstruosidade” dessa textualidade movente que comparece em Mon coeur mis à nu.
Downloads
Referências
AGUIAR, Márcia Valéria Martinez de (2013). “A Tradução da Incompletude nos Pensamentos de Pascal.” Mário Laranjeira: Poeta da Tradução. Org. Álvaro Faleiros. São Paulo: Dobra. 29-38.
BAUDELAIRE, Charles (1857). “Notes nouvelles sur Edgar Poe.” Nouvelles histoires extraordinaires. Edgar Allan Poe. Paris: Michel Lévy Frères.
BERNARD, Suzanne (1959). Le Poème en prose de Baudelaire jusqu'à nos Jours. Paris: Nizet.
CINTRA, Elaine Cristina (2005). A ‘Estética do Silêncio’ no Livro do Desassossego. Tese de doutorado. São José do Rio Preto.
CRÉPET, Eugène (1887). “Journaux intimes: Fusées; Mon coeur mis à nu.” Oeuvres posthumes. Charles Baudelaire. Paris: Maison Quantin. 67-70.
DIDIER, Béatrice (1973). “Une économie de l’écriture. Fusées et Mon coeur mis à nu.” Littérature 10: 57-64.
DIDIER, Béatrice(1976). Le journal intime. Paris: Presses Universitaires de France.
DIDIER, Béatrice (1996). Éditer des manuscrits. Saint-Denis: PUV.
GALÍNDEZ-JORGE, Verónica (2004). “Algumas Questões Acerca da Leitura de Manuscritos.” Manuscrítica – Revista de Crítica Genética 11: 30-34.
GALÍNDEZ-JORGE, Verónica (2010). “Descontinuidade e Leitura de Manuscritos.” Manuscrítica – Revista de Crítica Genética 16: 10-18.
GIMÉNEZ, Diego (2013). “Fragmentación y Edición en el Libro del Desaso-siego.” MatLit 1.1: 57-73.
http://iduc.uc.pt/index.php/matlit/article/view/1613/997
GRÉSILLON, Almuth (2002). “De vagar: obras.” Criação em Processo: Ensaios de Crítica Genética. Org. Roberto Zular. São Paulo: Iluminuras; Fapesp; Capes.
MATTOS, Thiago (2015). (Re)traduções Brasileiras de Mon coeur mis à nu, de Charles Baudelaire. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Brasil.
MESCHONNIC, Henri (1999). Poétique du traduire. Paris: Verdier.
NELSON, T. H. (1982). Literary Machines. Sausalito: Mindful Press.
PICHOIS, Claude e Jean Ziegler (1996). Charles Baudelaire. Paris: Fayard.
PICHOIS, Claude (1983). “Notice.” Oeuvres complètes. Charles Baudelaire. Paris: Gallimard.
PICHOIS, Claude (2001). “Introduction.” Mon coeur mis à nu. Charles Baudelaire. Édition diplomatique établie par Claude Pichois. Genève: Librairie Droz.
PINO, Claudia Amigo e Roberto Zular (2007). Escrever Sobre Escrever: Uma Introdução à Crítica Genética. São Paulo: Martins Fontes.
PIZARRO, Jerónimo (2012). Pessoa Existe? Lisboa: Ática.
PORTELA, Manuel (2003). “Hipertexto como Metalivro.” Ciberscópio. Coimbra Capital Nacional da Cultura.
http://hdl.handle.net/10316/17855.
PORTELA, Manuel (2013). “‘Nenhum Problema tem Solução’: um Arquivo Digi-tal do Livro do Desassossego.” MatLit 1.1: 9-33.
http://iduc.uc.pt/index.php/matlit/article/view/1618/990
SCHLEGEL, Friedrich von (1997). O Dialeto dos Fragmentos. Tr. Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras.
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
MATLIT oferece acesso aberto integral a todos os números. Os autores que publicam nesta revista concordam com os princípios seguintes:
- Os autores mantêm a posse do copyright e concedem à revista o direito de fazer a primeira publicação do seu trabalho nos termos de uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), que permite a terceiros partilharem o trabalho com a condição de atribuição de autoria e de referência à publicação inicial nesta revista.
- Os autores podem fazer contratos adicionais para a distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada pela revista (por exemplo, publicá-la num repositório institucional ou num livro), com a condição de referirem a publicação inicial nesta revista.
- É permitido aos autores publicarem o seu trabalho em linha (por exemplo, em repositórios institucionais ou no seu próprio sítio web) antes e durante o processo de arbitragem, já que isso proporciona interações produtivas, assim como a possibilidade de citações mais cedo e em maior quantidade do artigo publicado (Ver The Effect of Open Access).
- Uma licença CC em formato legível por máquina encontra-se inserida em todos os artigos publicados pela MATLIT.
MATLIT embraces online publishing and open access to all issues. Authors who publish with this journal agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0), that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
- Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
- Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).
- A CC licensing information in a machine-readable format is embedded in all articles published by MATLIT.
- Attribution — You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes were made. You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
- No additional restrictions — You may not apply legal terms or technological measures that legally restrict others from doing anything the license permits.
Notices:
- You do not have to comply with the license for elements of the material in the public domain or where your use is permitted by an applicable exception or limitation.
- No warranties are given. The license may not give you all of the permissions necessary for your intended use. For example, other rights such as publicity, privacy, or moral rights may limit how you use the material.