Escrever com Máquinas Automáticas: Entre Tradução e Sabotagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-8830_6-3_6

Palavras-chave:

cibernética, cognição, informação, sentido, estética

Resumo

Um texto generativo é um sistema constituído por cognitores inconscientes e conscientes, processos digitais e analógicos, e modos matemáticos e linguísticos de representação. Mas em que consiste a cognição algorítmica? E de que modo é construído o sentido num sistema em que as intenções autorais e as experiências e interpretações dos leitores são mediadas por agentes algorítmicos? Através da análise de How It Is In Common Tongues (Cayley and Howe, 2012), pretendo analisar as tensões que surgem a partir do encontro entre cognição algorítmica e humana, e entre regimes de informação e de expressão. Com base na visão de Katherine Hayles sobre cognição não-consciente e na teoria de informação de Claude Shannon, começo por estabelecer uma distinção entre informação e sentido, entre comunicação e expressão, e entre os regimes de informação e o literário. Para refletir sobre a ecologia política da mediação digital (situada no regime informacional da cibernética), considerarei a perspetiva de Matteo Pasquinelli sobre a coevolução da tecnologia e da economia, e considerarei como os processos cognitivos algorítmicos incorporam e reforçam as estruturas do capitalismo cognitivo contemporâneo. Por fim, referirei as estratégias de resistência possibilitadas pelas abordagens estéticas da computação, como as que são exploradas neste estudo de caso.

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Referências

CAYLEY, John (2011). “Writing to be Found and Writing Readers.” Digital Humanities Quarterly 5.3. 20 May 2017. http://www.digitalhumanities.org/dhq/vol/5/3/000104/000104.html

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HAYLES, N. Katherine (2014). “Cognition Everywhere, The Rise of the Cognitive Nonconscious.” New Literary History, 45.2: 199-220. 20 May 2017.

PASQUINELLI, Matteo (2014). “The Labour of Abstraction: Seven Transitional Theses on Marxism and Accelerationism.” Fillip magazine #19. 27 May 2017. http://matteopasquinelli.com/labour-of-abstraction-theses/

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Publicado

2018-08-10

Como Citar

Marques, Ana. 2018. «Escrever Com Máquinas Automáticas: Entre Tradução E Sabotagem». Matlit: Materialidades Da Literatura 6 (3):73-81. https://doi.org/10.14195/2182-8830_6-3_6.

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