A diabetes não dói, não se sente, mas está cá dentro!
Metáforas de adultos idosos diabéticos tipo 2 portugueses
DOI:
https://doi.org/10.14195/1647-8606_62-2_1Palavras-chave:
diabetes tipo 2; adulto idoso; metáforaResumo
Em Portugal mais de um quarto da população entre os 60 e os 79 anos tem diabetes mellitus tipo 2. As recomendações terapêuticas exigem autogestão pelos pacientes, pois envolvem mudanças de estilo de vida. Contudo, apenas cerca de 20% dos pacientes são ótimos autogestores. A autogestão está associada a crenças, sendo as metáforas mecanismos que refletem as crenças usadas pelos indivíduos para compreender e agir. O objetivo deste estudo é analisar as metáforas de adultos idosos (≥ 65 anos) diabéticos tipo 2, sobre “o que é a diabetes” (identidade; causa; evolução e consequências), relevante pelas implicações para a prática clínica, pois revela metáforas que poderão influenciar a autogestão. Este estudo qualitativo e exploratório recorre à teoria cognitiva da metáfora, explorando metáforas dos participantes através de entrevistas semiestruturadas. Compreende 17 participantes que relataram 84 metáforas. As entrevistas foram submetidas a análise de conteúdo. Os principais resultados indicam: identidade descrita por “doença que não dói, não se sente, mas está cá dentro”; causas envolvem “não sei como se apanha” e “herdei esta doença”; evolução e consequências associam-se a “lentamente vai dando cabo da pessoa”. Estas metáforas sugerem que os adultos idosos diabéticos tipo 2 vivem a doença como algo “misterioso”, o que poderá dificultar o seu envolvimento na autogestão.
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