Desonestidade nos trabalhos escolares: Dados de um estudo português

Autores

  • António Castro Fonseca Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-8614_43-2_7

Resumo

O objectivo deste estudo era analisar as dimensões da desonestidade e sua evolução na população portuguesa, desde a infância até ao fim da adolescência. Para isso utilizaram-se dados de um estudo longitudinal em que a desonestidade nos trabalhos escolares foi avaliada, várias vezes, em diversos níveis de escolaridade. Os resultados mostraram que a fraude académica aumenta progressivamente ao longo da adolescência de tal maneira que, na escola secundária, a grande maioria dos estudantes confessava ter copiado uma ou duas vezes nos testes, durante o último ano. Porém, apenas uma pequena percentagem admitiu ter feito isso várias vezes no último ano. Do mesmo modo, só poucos referiram ter-se envolvido nesse tipo de conduta em todas as fases desta investigação, ou seja, do ensino básico até ao fim da escola secundária. Por sua vez, a comparação entre os alunos com e sem desonestidade académica revelou que os dois grupos apresentavam entre si, de modo sistemático, muito poucas diferenças estatisticamente significativas. Estas surgiam, sobretudo, no domínio dos comportamentos anti-sociais, do consumo de droga e dos problemas de atenção/impulsividade. Tais resultados sugerem que a fraude académica, embora muito comum no fim da adolescência, é simplesmente uma manifestação de uma tendência ou traço anti-social subjacente. Mas, além desta característica da personalidade, outros factores, de natureza individual ou situacional, contribuem para a explicação da falta de honestidade académica, nestas idades.

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Publicado

2009-07-01

Como Citar

Fonseca, A. C. (2009). Desonestidade nos trabalhos escolares: Dados de um estudo português. Revista Portuguesa De Pedagogia, (43-2), p. 107-124. https://doi.org/10.14195/1647-8614_43-2_7

Edição

Secção

Caderno Não Temático

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