A despolitização da pauta dos agrotóxicos: Análise da posição pública do governo Bolsonaro na imprensa

Autores

  • Ágatha de Souza Azevedo Universidade Federal de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0002-8628-0589
  • Ana Carolina Vimieiro Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.14195/2183-5462_46_2

Palavras-chave:

agrotóxicos, Bolsonaro, despolitização, imprensa

Resumo

Este artigo analisa a posição do governo de Jair Bolsonaro sobre o tema dos agrotóxicos a partir da análise da cobertura jornalística sobre o assunto desde as eleições para presidente, em outubro de 2018, até o fim do primeiro ano de mandato, em janeiro de 2020. O objetivo é explorar as dinâmicas de despolitização das questões que envolvem o campo brasileiro através dos seguintes indicadores: (a) os enquadramentos (como os discursos são organizados a partir de uma certa perspectiva); (b) as posições (como os atores são colocados em relação com outros); (c) e as estratégias de legitimação (como uma demanda particular, ação ou poder é justificado ou sancionado). Nosso foco, neste artigo, é a posição de Jair Bolsonaro, dos ex-ministros e demais membros do governo, buscando entender como a política despolitizante foi proposta e justificada e quais as estratégias de legitimação empregadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACSELRAD, H. (2001). Políticas ambientais e construção democrática. In: VIANA, G.; SILVA, M. (Orgs.). O desafio da sustentabilida­de: um debate socioambiental no Brasil. Editora Fundação Perseu Abramo.

BALLESTRIN, L. (2018). O debate pós-democrático no século XXI. Revista Sul-Americana de Ciência Política, 4(2), 149-164.

BATES, S.; JENKINS, L.; AMERY, F. ( 2014). (De) politicisation and the Father's Clause parliamentary debates. Policy & Politics, 42(2), 243-258.

CELATA, F.; SANNA, V. S. (2012). The post-political ecology of protected areas: Nature, social justice and political conflicts in the Galápagos Islands. Local Environment, 17(9), 977-990.

CIOCCARI, D.; PERSICHETTI, S. (2019). A campanha eleitoral permanente de Jair Bolsonaro: O deputado, o candidato e o presidente. Lumina, 13(3),135-151.

FLINDERS, M.; BULLER, J. (2006). Depoliticisation: Principles, tactics and tools. British politics, 1(3), 293-318.

HAY, C. (2007). Why we hate politics. Polity.

JENKINS, L. (2011).The difference genealogy makes: Strategies for politicisation or how to extend capacities for autonomy. Political Studies, 59(1) 156-174.

KENIS, Anneleen; MATHIJS, Erik. Climate change and post-politics: Repoliticizing the present by imagining the future?. Geoforum, v. 52, p. 148-156, 2014.

MAESEELE, P. et al. (2015). In Flanders Fields: De/politicization and democratic debate on a GM potato field trial controversy in news media. Environmental Communication, 11(2), 166-183.

MOUFFE, C. (2005). Por um modelo agonístico de democracia. Revista de Sociologia e Política, 11-23.

MOUFFE, C.[2005]. Sobre o político. WMF Martins Fontes.

PICKERING, S. (2001). Common sense and original deviancy: News discourses and asylum seekers in Australia. Journal of Refugee Studies, 14(2), 169-186.

RANCIÈRE, J. ( 1996). O desentendimento. Editora 34.

RANCIÈRE, J. (2015). O ódio à democracia. Boitempo Editorial.

RANDERIA, S. (2007). De-politicization of Democracy and Judicialization of Politics. Theory, Culture & Society, 24(4), 38-44.

SANTOS, A.J.V. (2019). Os primeiros meses da agenda socioambiental de Jair Bolsonaro e o que esta nos diz sobre nossa ontologia. Sociologias Plurais, 5(2).

SOLANO, E. et al. (2018). O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil. Boitempo Editorial.

VIMIEIRO, A. C.; MAIA, R. C. M. (2011). Análise indireta de enquadramentos da mídia: uma alternativa metodológica para a identificação de frames culturais. Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia, 18(1), 235-252.

WILSON, J.; SWYNGEDOUW, E. (2014). Seeds of Dystopia: Post-Politics and the Return of the Political. In: SWYNGEDOUW, E. e WILSON, J. The Post-Political and Its Discontents: Spaces of Depoliticisation, Spectres of Radical Politics. Edinburgh University Press.

WATSON, M.; HAY, C. (2003). The discourse of globalisation and the logic of no alternative: rendering the contingent necessary in the political economy of New Labour. Policy & politics, 31(3) 289-305.

WOOD, M.; FLINDERS, M.(2014). Rethinking depoliticisation: Beyond the governmental. Policy & Politics, 42(2), 151-170.

WOOD, M. (2016). Politicisation, depoliticisation and anti-politics: Towards a multilevel research agenda. Political Studies Review, 14(4), 521-533.

ŽIŽEK, S. (2002). For they know not what they do: Enjoyment as a political factor. London: Verso.

##submission.downloads##

Publicado

2025-03-27

Como Citar

de Souza Azevedo, Ágatha, & Vimieiro, A. C. (2025). A despolitização da pauta dos agrotóxicos: Análise da posição pública do governo Bolsonaro na imprensa. Media & Jornalismo, 25(46), e4602. https://doi.org/10.14195/2183-5462_46_2

Edição

Secção

Artigos